TARRAFAS- CE

TARRAFAS- CE
Nosso coração está onde estão nossos amores! Família Amor da minha vida.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Artigo: A ESCASSEZ DE ÁGUA POTÁVEL NO SÍTIO VARZINHA- TARRAFAS- CE E AS CONSEQUÊNCIAS PELO CONSUMO DAS ÁGUAS POLUÍDAS.

Fip+1
FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS
FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATU SENSU)
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL





ANTONIA OSCARINA ALCANTARA


A ESCASSEZ DE ÁGUA POTÁVEL NO SÍTIO VARZINHA- TARRAFAS- CE E AS CONSEQUÊNCIAS PELO CONSUMO DAS ÁGUAS POLUÍDAS.







CRATO – CEARÁ
2011
ANTONIA OSCARINA ALCANTARA




A ESCASSEZ DE ÁGUA POTÁVEL NO SÍTIO VARZINHA- TARRAFAS- CE E AS CONSEQUÊNCIAS PELO CONSUMO DAS ÁGUAS POLUÍDAS.








Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo Científico – apresentado a Coordenação do Curso de Especialização em Educação Ambiental, ministrado pelas Faculdades Integradas de Patos, em cumprimento às exigências para a obtenção do título de Especialista.

        Professor: Ms Glaucea Maria Ferreira Leite





CRATO – CEARÁ
2011

ANTONIA OSCARINA ALCANTARA




A ESCASSEZ DE ÁGUA POTÁVEL NO SÍTIO VARZINHA- TARRAFAS- CE E AS CONSEQUÊNCIAS PELO CONSUMO DAS ÁGUAS POLUÍDAS.





Trabalho aprovado em  ___/___/2011.


Nota: 


Professora:  Glaucea Maria Ferreira Leite






CRATO – CEARÁ
2011


AGRADECIMENTOS








À DEUS, por tudo o que tens feito, por tudo que irás fazer, por suas promessas e tudo que és, eu o agradeço. O agradeço por ter me escolhido para ser referencial nesta terra; por ser eu a criação perfeita de Deus, mesmo corrompida pelo pecado que não quero fazer, mas que faço.  Agradeço porque sou a graça e a misericórdia alcançada por Deus; sou a quem Deus chama de “MENINA DOS OLHOS DO PAI”.




















[...] Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão...

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação...

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...

[...] Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...
Terra! Planeta Água (Guilherme Arantes)




RESUMO


Esta pesquisa limita-se a um estudo profundo da escassez de água potável no sítio Varzinha- Tarrafas- CE e as conseqüência do uso de águas poluídas pela comunidade. Durante essa pesquisa descobrimos que são inúmeros elementos que estão ligados para a poluição das águas dos açudes e dos poços da comunidade, como também a observação de falta de políticas públicas para a solução emergencial de água potável para o consumo humano das famílias na comunidade. Este estudo inicia-se do ponto das muitas reclamações feitas pela a comunidade de forma verbal necessitando de averiguação e observação de dados concretos para o desenvolvimento desse artigo. A segunda parte desse trabalho é levantar dados através de pesquisas na própria comunidade e exames laboratórios através da vigilância sanitária das águas consumidas pela a população do sítio Varzinha, analisando as águas de diversos poços, açudes e cisternas usadas pela comunidade, como também fazendo entrevistas sobre as dificuldade que as famílias encontram com a escassez de água potável e as conseqüências enfrentadas pelas as família com o uso das águas poluídas, depois abordamos quais políticas públicas emergências tem sido, ou não, desenvolvidas pelo município quanto ao direito humano a água. Mediante esta pesquisa nos sentimos estimulados a contribuir para a melhoria de vida das famílias da comunidade de Varzinha e despertar as autoridades políticas a quem compete a uma reflexão sobre a realidade de um povo sem água potável para o consumo humano e sensibilizá-los a uma solução mediata quanto ao direito de um povo.

Palavras - chave: comunidade, água, direito.










ABSTRACT


This research is limited to an in-depth study of the shortage of drinking water in the site Varzinha- Tarrafas-CE is the consequence of the use of water polluted by the community. During this research we have discovered that there are many elements that are linked to the pollution of the waters of the dams and wells of community, as well as the observation of the lack of public policies for the solution of emergency drinking water for human consumption of the families in the community. This study begins from the point of the many complaints made by the community of verbal form requiring investigation and observation of actual data for the development of this article. The second part of this work is to analyze data by means of research within the community itself and examinations laboratories through the health monitoring of water consumed by the population of the site Varzinha, analyzing the waters of several wells, dams and tanks used by the community, as well as doing interviews on the difficulty That the families are with the scarcity of drinking water, and the consequences faced by the family with the use of polluted water, after which we are dealing with public policies emergencies has been, or is not, developed by the municipality as to the human right to water. Through this research we feel encouraged to contribute to the improvement of life of families in the community of Varzinha And awaken the political authorities to whom the task of reflection on the reality of a people without drinking water for human consumption and getting them to mediate a solution as to the right of a people.

Words - the key: community, water, right.






SUMÁRIO



  1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................09
  2. ÁGUA DIREITO HUMANO; DIREITO A VIDA.........................................................12
  3. ÁGUA EM TARRAFAS, QUALIDADE E UTILIZAÇÃO...........................................16
  4. A ESCASSEZ DE ÁGUA POTÁVEL NO SÍTIO VARZINHA- TARRAFAS- CE E AS CONSEQUÊNCIAS PELO CONSUMO DAS ÁGUAS POLUÍDAS.........................17
  5. CONSIDARAÇÕES FINAIS.....................................................................................21
  6. REFERÊNCIAS........................................................................................................23




















1.INTRODUÇÃO

            Abordar sobre a água em um determinado lugar exige um estudo de caso muito minucioso, portanto os mais diversos métodos para coleta de informações na comunidade é de suma importância, e o trabalho de pesquisa norteará todo o conteúdo desse trabalho. Iniciaremos pelos parceiros que contribuíram para resultado do trabalho aqui apresentado, na qual temos honrosamente a Vigilância Sanitária nos exames laboratoriais da água, as famílias entrevistadas na comunidade que por sua vez foram uma fonte de pesquisa extraordinária e a Secretaria Municipal da Educação, que apoiou com matérias e Xerox. 
Analisaremos neste artigo a água propriamente no sitio Varzinha – Tarrafas- CE e seu estado de conservação, se potável ou poluída, como a comunidade usufrui da água, quais as doenças mais causadas por conseqüência das águas poluídas, e que ações imediatas a prefeitura Municipal tem tomado para garantir a comunidade o direito do povo. Mediante esta pesquisa nos sentimos estimulados a continuar o aprofundamento nesta área ambiental e propor outros estudos de pesquisa nas outras comunidades de Tarrafas e contribuir para reflexão das autoridades públicas quanto a projetos de cunho emergencial às comunidades e também servir de reflexão e material de apoio aos docentes em sua pratica e por fim mostrar ao aluno a realidade da água em nossa cidade despertando-os ao prazer pelas atividades ambientais e pela preservação do meio.
      Este trabalho propôs-se a examinar a água no sitio Varzinha, partindo de uma análise de uma insatisfação apresentada pela comunidade sobre a água na comunidade, uma vez que esta comunidade tem água em abundancia, possui dois açudes grandes e muitas cacimbas, porém em determinados locais as águas apresentam-se com gosto diferente e salgada e contaminada em algumas amostras em 80% poluídas. A nossa insistência em tratar desse assunto se deve ao fato de termos na comunidade uma Escola de educação Infantil e ensino fundamental Justino Alves da Costa, com um número de 96 alunos e exames laboratórios anteriores referente a água, apresentou um grau muito alto de contaminação. E a curiosidade de saber se a poluição da água se dava na trajetória da água até a escola e sua conservação, ou se de fato era um caso que se estendia a toda comunidade. E detectado a contaminação como a prefeitura poderia desenvolver ações para criação de que projetos de cunho emergencial para garantir a água de qualidade a este povo. Deve-se entender que a água é um direito humano, portanto garantir é uma obrigação dos governantes através de suas secretarias de agricultura que definem o uso das águas na comunidade de acordo com o código nacional das águas.

TÍTULO II
Aproveitamento das águas públicas
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
 Art. 36. É permitido a todos usar de quaisquer águas públicas,             conformando-se com os regulamentos administrativos.
§ 1º Quando este uso depender de derivação, será regulado, nos termos do capítulo IV do título II, do livro II, tendo, em qualquer hipótese, preferência a derivação para o abastecimento das populações.
§ 2º O uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído, conforme as leis e regulamentos da circunscrição administrativa a que pertencerem (Casa Civil, Presidência da República, 1934)

Já se afirmou que a água é um bem com a todos e permitido pelo o Código da águas o uso de quaisquer águas públicas de acordo com a legislação municipal, mas o município de Tarrafas não tem códigos municipais que tratam de como o governo municipal usufrui ou como seu povo pode usufruir e ter alguma garantia de água saudável na população. Contudo já se detecta a necessidade de se construir o código das águas municipais. Dessa forma a população teria um ganho e o governo municipal construiria para o povo uma segurança e responsabilidade de deveres e direito que o cidadão passaria a ter com a criação e execução do código municipal das águas.



















2. Água direito humano, direito a vida

Para existir a vida é fundamental a existência da água, pois a própria água em si já é vida.  Todos os animais e suas mais derivadas espécies, plantas e próprio homem possui uma grande necessidade de consumir água para a continuação da vida.
Aprendemos desde cedo que a água existente no Planeta daria para cobrir três vezes a área de terras e rochas. Então, por que nos preocuparmos com a água? A água forma a hidrosfera e é a substância mais abundante no planeta. Ela cobre 77% da superfície da Terra e está nos oceanos, mares, rios, pântanos, lagos, geleiras e calotas polares. ((REBOUÇAS, Aldo)

A água é uma condição para a vida, fato comprovado dessa verdade é que nosso próprio corpo é constituído de inúmeras partículas de água, portanto a água é um dos meios responsável pela vida no planeta.

A água responde pela beleza e pela vida no planeta. Por isso não é exagero chamar a Terra de planeta água. Essa é a nossa casa – Planeta Água. Somos cidadãos do mundo, predestinados a cuidar dele, se é que queremos continuar nele vivendo. Cuidar da água é cuidar da casa, do planeta e das intricadas teias de relações que tornam a vida possível e o Planeta Azul belo, apesar de tudo.
O século XX nos ensinou que a natureza tem limites e que, se continuarmos neste ritmo de destruição, será necessário recursos correspondentes a vários planetas Terra para manter o atual estilo de vida de alguns países ricos. E isso não é possível. Porque só nós brilhamos na escuridão do espaço. Só existe um Planeta Água que é a Terra no sistema solar. Portanto, só nos resta aceitar a missão de cuidar da vida, de sermos cuidadores das águas, dos solos, do ar e de toda diversidade de vida. E para cuidar, nada melhor do que conhecer. (
REBOUÇAS, Aldo)

Á água é recurso natural, na qual o Brasil é um rico país nesse recurso. No planeta apenas 3% da água existente é potável e uma quantidade de 0,75% acessível para o consumo humano. Grande parte vai para a irrigação e produção agrícola e agro industria (cerca de 70%), as industrias ( são utilizadas cerca de 20%) e nas casas (cerca de 10%). Vemos aqui que é uma quantidade mínima a porcentagem de água potável no planeta e isso é preocupante por dois fatores na qual queremos expor. O primeiro é o desperdício na má utilização e o segundo é a distribuição irregular da água urbana e industrial. Nessa primeira vemos as evidencias do desperdício nas vias e construções que impermeabilizam o solo, cerca de ¼ parte de água potável, e ou, tratada se perdem em vazamentos, entre o canal da água (fornecedor) e o consumidor (a torneira). Além de destruição de áreas de coberta vegetal, matas de topo, eliminação e falta de matas ciliares afetam radicalmente a distribuição dos reservatórios e as águas assim escorrem para outros cursos, provocando desperdícios de água, causando enchentes no período de chuvas e conseqüentemente escassez no período de seca.
No Brasil, água potável, é cerca de 13% da água potável do planeta, mas que os mesmos problemas acima especificados é o que acontece. Muitos são os fatores que contribuem para poluição das águas como: o uso excedido de agrotóxicos que são utilizados nas lavouras contamina os lençóis freáticos, escoando e contaminando o curso da água; veja:
Os agrotóxicos, como os antibióticos tem efeito selecionador de populações resistentes. Quanto mais se usa, mais vai precisar usar. E sempre agrotóxicos cada vez mais potentes. Para entender essa questão da resistência a produtos químicos, focalizaremos um exemplo com agrotóxicos e controle de insetos. Poderia ser antibiótico e bactéria. A matriz de pensamento para entender os dois casos é a mesma. 
A questão é a seguinte: há entre os insetos, alguns indivíduos que são resistentes a determinados agrotóxicos. Com aplicações sucessivas do veneno, só aqueles insetos que são resistentes sobrevivem. Eles sobrevivem e se reproduzem. Sua prole é também geneticamente resistente ao tal agrotóxico. Com o tempo de uso, o efeito é quase nulo, pois a população dominante de insetos já está quase toda resistente, uma vez que é uma característica transmitida de geração em geração. Mesmo assim, os agrotóxicos continuam a serem usados. Eles se acumulam nas cadeias alimentares terrestres e aquáticas. As águas de rios e açudes próximas às grandes plantações apresentam quantidades significativas de agrotóxicos. Os venenos usados na agricultura são hoje um problema para a saúde pública no mundo todo. (TUNDISI, José Galizia)

Outro fator é o descaso com o lixo. As pessoas por sua própria ignorância e às vezes ignorância habitual continuam a terem atitudes erronias com o lixo, causando mal a si mesmo, pois a medida que o homem não coloca o lixo no seu devido recipiente para coleta ele é agente ativo da contaminação do solo e conseqüentemente da água como mostra a citação seguinte:
De acordo com dados do IBGE, o Brasil produz cerca de 228,4 mil toneladas de lixo por dia, segundo a última pesquisa de saneamento básico consolidada em 2000. O chamado lixo domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volume, ou 125 mil toneladas diárias. Do total de resíduos descartados em residências e indústrias, apenas 4.300 toneladas, ou aproximadamente 2% do total, são destinadas à coleta seletiva. Quase 50 mil toneladas de resíduos são despejados todos os dias em lixões a céu aberto, o que representa um risco à saúde e ao ambiente. Lixo é basicamente todo e qualquer material descartado, proveniente das atividades humanas. É importante lembrar que o lixo gerado pelas atividades domésticas é apenas uma pequena parte da montanha gerada todos os dias, composta pelos resíduos de outros setores. (IBGE)

Outros fatores que contribuem para a poluição e desperdício das águas são as queimadas que aquecem em demasia o ar e isso altera o ciclo dos ventos e tornam as chuvas irregulares.
Quando se desmata, retira-se a cobertura vegetal expõe-se o solo aos processos de erosivos. A erosão vai destruindo em pouco tempo aquilo que resultou de uma construção muito demorada que é a formação dos solos. O solo sem a cobertura vegetal contribui para reduzir a infiltração das águas. Assim, sem a cerrapilheira (camada de folhas, ramos e matéria orgânica em decomposição que se situa sobre o solo) o processo de infiltração da água é prejudicado. É a cerrapilheira que facilita a penetração da água que vai percolando, se infiltrando entre folhas e ramos dispostos no solo. Quando se desmata, não há tempo para infiltração. E o que vai ocorrer com essas águas? Elas vão correr a céu aberto. Vão provocar erosão do próprio solo, as conhecidas voçorocas, marcas da falta de cuidado e do desprezo que temos pela natureza. Correndo a céu aberto, em enxurradas, as águas vão lavando os terrenos, carreando nutrientes, lixos, agrotóxicos e perdendo sua qualidade para uso humano. Essas águas também levam sais para outras áreas, causando a salinização de solos antes agricultáveis.E pensar que tudo isso começou quando se resolveu tocar fogo na mata! É importante ressaltar que muitos nutrientes que alimentariam as plantas são dissolvidos nas águas em movimento e vão se depositar no fundo dos vales. Isso provoca o assoreamento dos rios que têm o seu talude diminuído por deposição de lama e, assim, as águas vão inundar áreas vizinhas, pois o rio está entupido de lama. Como consequência, temos as enchentes que podem provocar grandes calamidades públicas não só pela ocorrência de mortes por afogamento, mas também pela disseminação de doenças graves veiculadas pelas águas. (LIMA, Maria José Araújo e BRANDÃO, Marília Lopes, 1996)

E diante desses fatores eles apresentam outras sub conseqüências que pioram a situação da água, colocando em risco a vida, que muitas vezes é destruída pela a própria natureza, pelas reações a ela causadas (tempestades, inundações, desertificação).
Segundo dados da ONU a água, em sua má qualidade, mata dez vezes mais que as guerras armadas, mostra mais de 70 grandes conflitos pelo acesso a este “ouro” líquido natural. A humanidade está sofrendo as conseqüências da degradação e a água e as gerações futuras sofrearão maiores conflitos, por isso torna-se a água o tesouro mais cobiçado do século atual e inexoravelmente deixamos escapar pelos ralos está inestimável riqueza.











3. Água em Tarrafas, qualidade e utilização.

O Município de Tarrafas- Ce, possui água em abundancia para o consumo em alguns meses do ano, todas as vilas e comunidades são agraciadas com esse bem, porém pela a falta de chuva continua, no percurso do ano, no verão algumas comunidades tem dificuldades de água em abundância diminuindo o consumo. Apenas 3% dos agricultores realizam plantio constante, pois poucos são os que tem acesso a meios de irrigações. Já 97% dos agricultores fazem plantio na esperança de chuvas no período de inverno, na qual é inconstante e incerto, pois pelas queimadas os ventos e seus ciclos são alterados.
Atualmente Tarrafas possui aproximadamente 53 (cinqüenta e três) sítios, dos quais dois são distritos, com uma área geografia total de 19,2 km² e uma população de 8.734 habitantes, distribuída grande parte na zona rural. O município possui cerca de 60 (sessenta) açudes, sendo 33 públicos e 27 particulares. As construções dos açudes públicos objetivam abastecimento de água nos sítios de suas localização e alguns com outros sítios nas aproximidades, assim como incentivar a produção agrícola. Já as construções particulares raramente beneficiam a comunidade, somente ao seu proprietário, com o objetivo de consumo humano e de animais.  Não comprova-se ainda que a contaminação detectada na água no sitio Varzinha se estende por todo o município tarrafense, esta será uma pesquisa de cunho futuro, uma preocupação na qual somos despertados a partir de hoje, cabendo-nos como agentes ambientais e conhecedores da situação da água no sítio Varzinha, analisarmos se essa contaminação se propaga por todo território tarrafense.
4.  A Escassez de água potável no sítio Varzinha Tarrafas- Ce e as conseqüências pelo  consumo das águas poluída.

A água potável no sítio Varzinha é um bem escasso.  Há mais ou menos 08 anos. Ouvia falar que esta comunidade sofria com falta de água, só então no ano de 2009, quando estive diante da secretaria municipal da educação de Tarrafas comecei a sofrer junto com a população as conseqüências da falta de água na escola, curiosidades essa que por dois anos tive mais de 80 reclamações verbais das famílias e comunidade escolar.  Algumas medidas eram tomadas para que as crianças não tivessem prejuízo no processo de ensino aprendizagem e realizávamos medidas de urgência para que não faltasse água na escola. Mais o problema não era apenas na escola, algumas famílias que moravam nos arredores da escola também tinham dificuldades de ter acesso a água.
 Nas reuniões escolares a maior cobranças dos pais sempre eram sobre a água, pois muitas vezes as crianças precisavam transportar suas garrafinhas com água para que a escola não fechasse. No início do ano de 2011, levamos o problema para a vigilância sanitárias do município para que realizasse uma analise laboratório na água do consumo escolar, quando fomos surpreendidos com uma contaminação de 100% na água da escola. Diante disso tivemos uma ação imediata de contratar um carro para transportar água do inicio da comunidade até a escola, onde a comunidade diziam que a água era de boa qualidade. Mas percebemos que mesmo transportando água até a escola algumas crianças continuavam com freqüência baixa na escola e ao procurar a família constatava que era por problemas de saúde. E os professores percebiam que muitas crianças apresentavam manchas pelo corpo, coceira, diarréias, verminoses e outras doenças desse porte que envolve vírus e bactérias.
As diarréias podem ser sinal de várias doenças que têm a ver com a água não tratada ou com o consumo de alimentos estragados. Vírus e bactérias, alguns de nomes esquisitos como Shigella, Vibrio cholerae, Salmonella podem ser a causa dessas diarréias. Toda diarréia leva a pessoa a perder água pelas fezes. Quando perdemos muita água, o equilíbrio das substâncias dentro do nosso corpo se altera. Daí a importância de tomar água, soro caseiro, água de côco ou sucos para repor os líquidos perdidos e assim evitar a desidratação. Em crianças, velhos e recém-nascidos as diarréias podem levar à morte de forma muito rápida.  As diarréias podem também ser sintomas de vermes, ou mesmo de protozoários como giárdia ou ameba. As verminoses, a giardíase e a amebíase são doenças transmitidas por ovos de vermes ou cistos de amebas ou giárdias que vivem em águas não tratadas ou alimentos mal lavados. Eles se instalam no intestino do doente, às vezes atacam outros órgãos e causam muitos problemas para a saúde de pessoas e animais. A cólera é também uma doença grave que já causou a morte de muita gente no Ceará. Como todas as doenças veiculadas pela água, a cólera está diretamente ligada ao consumo de águas ou alimentos contaminados ou mesmo com o banho em águas poluídas por fezes de pessoas doentes. (BRANDÃO, Marília Lopes e CARTAXO, 2005).

Quando foi em agosto de 2011, ao pensar em um artigo cientifico, logo pensei em pesquisar sucintamente o caso dessa comunidade, não me restringindo apenas a escola, pois os alunos ficam a maior parte do tempo em suas casas e a escola é apenas um ambiente a mais do convívio. Pensamos então em analisar a água na comunidade, mais de imediato já pensávamos em um tema: a escassez de água potável no sítio Varzinha e as conseqüências pelo consumo da água poluída, mas já era comprovado que a água escolar estava sim contaminada, mais não poderíamos desenvolver uma artigo sem ter provas suficientes da contaminação da água nessa comunidade e partimos para um trabalho de pesquisa. Foi esta pesquisa que muito surpreendeu a mim pesquisadora e a comunidade do sítio varzinha. No dia 07/08/2011 realizemos uma entrevista em amostragem, 20 famílias foram entrevistadas, sendo uma sim e quatro não, em toda a comunidade e segundo as famílias 100% dos entrevistados disseram que  á água do consumo diário deles eram água limpa, boa, e que somente na época da seca eram que sofriam, parte da comunidade, com falta de água, exatamente nas aproximidades da escola, por ser um local mais alto. Segundo as entrevistas 80% disse que nenhuma ação é feita por parte da prefeitura quando sofrem por falta de água e não existe nenhum poço profundo feito pela a prefeitura e muito menos água encanada na comunidade, 20% disseram que a prefeitura mandou cavar um poço artesiano para a comunidade mais que a obra nunca funcionou e que  mais ou menos aos arredores da escola as famílias sofrem há 08 anos com falta de água e quando indagados sobre as doenças mais freqüentes nos responderam que eram viroses bactericidas.
As famílias, elas mesmas são quem mandam escavar cacimbas, poços artesianos para terem acesso a água. Após as entrevistas achamos contraditório escrever sobre a escassez de água potável se as famílias declararam que a água era boa e limpa.
 A água pode parecer limpa, não ter cheiro, mas mesmo assim ser poluída. Água saudável é a tratada, mesmo que seu sabor não seja tão agradável. Muitas comunidades rejeitam a água tratada e consomem água com bactérias e vírus causadores de doenças. Isso é um sinal de atraso, de falta de informação. No mundo, 34.000 pessoas morrem por dia de doenças relacionadas com a água, por falta de água tratada, esgotamento sanitário e destino adequado para o lixo. Ter água tratada e preferir beber água de poço, contaminada, é colocar em risco a saúde pessoal e contribuir para a proliferação de micróbios e vermes na comunidade.
A água contaminada causa muitas doenças. Segundo o IBGE, de cada cem pessoas que são internadas no Brasil, 72 foram para o hospital devido a doenças que têm a ver com a água. São diarréias, verminoses, giardíase, amebíase, dengue, hepatite, esquistossomose, leptospirose e muitas outras. (
BRANDÃO, Marília Lopes e CARTAXO, 2005).

Diante das pesquisas percebemos que a comunidade analisavam a água somente pelo cheiro, e a limpeza da água. De imediato procuramos a secretaria de infra estrutura para nos informamos quantos açudes tinham na comunidades e quantos eram particulares e quantos públicos e só existe na comunidade dois açudes em propriedades particulares. Em seqüências a esta pesquisa fomos na Secretaria Municipal da Saúde, onde solicitamos a vigilância sanitária novos exames laboratórios na água em cinco localidades sendo distribuída em residências, açude e Escola Justino Alves da Costa, (declarações anexas). 
Das três residências 02 exames comprovaram pesquisa de coliformes totais e pesquisa de E.coli, insatisfaórios e contaminação em 100%, sendo satisfatório somente a Turbudez (uT), na terceira residência contaminação total e insatisfatório nas três categorias de pesquisa. No açude pesquisa de coliformes totais e pesquisa de E.coli, insatisfaórios e contaminação em 100%, sendo satisfatório somente a Turbudez (uT) e na escola Justino Alves da Costa pesquisa de coliformes totais e pesquisa de E.coli e Turbudez (uT) insatisfaórios e contaminação em 100% da água, ( anexos).







5. Considerações Finais

Diante da pesquisa exposta, é necessário fazermos uma trabalho de divulgação, orientação e pensar numa política pública para amenizar a situação atual no Sitio Varzinha- Tarrafas- CE, alem de realizar oficinas e palestras  sobre as diversas formas que pode ocorrer a contaminação de água,além de estimular a comunidade há deixar praticas que contribuem para a contaminação dos lagos, rios, poços, cisternas e outros.
Compreendemos ainda que a consciência de um povo começa nas crianças, na orientação como são ensinadas, nos gostumes e praticam diárias e que a escola é responsável também por esta construção social juntamente com a família e a LDB já introduz na escola o papel ambiental para que as preocupações com a vida do planeta seja um cuidado de toda sociedade e que seja trabalhado a educação ambiental dentro das escolas.
A educação ambiental decorre do princípio da participação na tutela do meio ambiente e está prevista no Art. 225, I, VI, da Constituição Federal. O que se buscou foi trazer a consciência ecológica ao povo, titular do direito ao meio ambiente, permitindo a efetivação do princípio da participação na salvaguarda desse direito.
Educar ambientalmente significa: reduzir os custos ambientais; efetivar o princípio da prevenção; fixar a idéia de consciência ecológica, que buscará sempre a utilização de tecnologias limpas; incentivar a realização do princípio da solidariedade, no exato sentido que perceberá que o meio ambiente é único, indivisível e de titularidades indetermináveis; e efetivar o princípio da participação, entre outras finalidades.
A Lei Nº 9.795/99 no seu Art. 6º estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental e definiu educação ambiental como os processos pelos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, sendo um componente essencial e permanente da educação nacional que deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades de processo educativo, em caráter formal e não formal (informal), conforme art. 1º e 2º da referida Lei.( Constituição Federal, 1988)

A questão ambiental é tão séria, que até as instituições não governamentais como as igrejas se unem em defesa do meio ambiente. A campanha da fraternidade desse ano é em relação ao meio ambiente com o tema: A Terra geme em dores de parto. Falando assim das mudanças climáticas, aquecimento global, efeito estufa, fenômenos inesperados e outros, fazendo sempre apelos ecológicos aos fieis, ainda colocando propagandas na televisão como o globo ecologia; esse tema é tão necessário hoje que nas aulas de ciências físicas e biológicas e as de estudos sociais pela a natureza dos conteúdos já estão contemplados nos livros didáticos e  cabendo aos professores e rede de ensino a desenvolver  o trabalho ambiental em sala.
            Acreditamos que mediante esta pesquisa, muitas outras iram surgir em relação à água e a outros aspectos ambientais em Tarrafas e que ela servirá de motivação para nortear políticas públicas para os cidadãos da comunidade de Varzinha- Tarrafas- Ce e melhorar a garantia do uso de uma água potável para o consumo humano e assim diminua os riscos a saúde da população.








Referências
REBOUÇAS, Aldo da Cunha; Braga, Benedito; Tundisi, José Galizia (organizadores). Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 3ª Ed. São Paulo, Escrituras Editora, 2006.

WALDMAN, Maurício. Lixo: cenários e desafios. Ed. Cortez.  2010.

BRANDÃO, Marília Lopes e CARTAXO, Geovana. Educação Ambiental e Saúde. Cartilha do Projeto olho n’água. 2005.

EMBRAPA. Atlas do Meio Ambiente do Brasil. Serviço de Produção de Informação, Editora Terra Viva. Brasília-DF, 1994.

FIGUEIRÊDO, Maria Cléa Brito. Impactos ambientais da carcinicultura. Revista Eng. Sanitária Ambiental, Vol. II, nº 3, 2006.

LIMA, Maria José Araújo e BRANDÃO, Marília Lopes. Universidade Aberta do Nordeste. Curso de Ecologia, 1989.

TUNDISI, José Galizia. Água no Século XXI: Enfrentando a Escassez. São Carlos, RiMa, IIE, 2.ed., 2005.
. Consulta em 18 de outubro de 2010
Programa de combate a desertificação e mitigação dos efeitos da seca na America Latina.

http://pt.db-city.com/Brasil/Cear%C3%A1/Tarrafas


http://www.cptba.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=548:campanha-da-fraternidade-2011&catid=8:noticias-recentes&Itemid=6












Anexos

Nenhum comentário:

Postar um comentário