TARRAFAS- CE

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Nosso coração está onde estão nossos amores! Família Amor da minha vida.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Monografia: A ONOMÁSTICA NA BÍBLIA

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI-URCA
CENTRO DE HUMANIADADES
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
DEPARTAMENTO DE LINGUAS E LITERATURA- DLL







ANTONIA OSCARINA ALCANTARA




A ONOMÁSTICA NA BÍBLIA



















TARRAFAS-CE
2008

ANTONIA OSCARINA ALCANTARA







A ONOMÁSTICA NA BÍBLIA






Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Graduação em Letras da Universidade Regional do Cariri- URCA, como requisito para obtenção do título de Graduada em Letras. Sob orientação de Maria Socorro de Morais Martins.





TARRAFAS-CE
2008
ANTONIA OSCARINA ALCANTARA











A ONOMÁSTICA NA BÍBLIA











TARRAFAS-CE
2008
ANTONIA OSCARINA ALCANTARA






BANCA EXAMINADORA:



________________________________________
Profa. Ms. Maria Socorro de Morais Martins
Orientadora







__________________________________________
Profa. Ms. Samara Inácio da Silva
Examinadora








MANOGRAFIA APRESENTADA EM: ___/___/_______



































Ao soberano ABA, PAI, que derramou sobre mim o temor como princípio da sabedoria.
À minha mãe, Maria do Carmo, a quem amo como minha própria alma e cuja responsabilidade me ensinou os caminhos em que deveria andar.
Às minhas Irmãs em Cristo, companheiras da mesma fé e colegas deste curso, pelas vezes que fomos suportes umas das outras.
AGRADECIMENTOS



A Deus, pelo amor com que tem me amado em toda a minha vida, principalmente, pelos anos que me proporcionou nessa jornada acadêmica, fazendo-me andar sempre em LUGARES ALTOS.
À minha família: Maria do Carmo (minha mãe), Ivanildo (meu pai), e as minhas irmãs: Dida, Iraneide, Zefinha e Verônica. Essas são as minhas únicas certezas nos momentos incertos. Meus amados, que sempre estiveram do meu lado, dentro do meu coração.
Aos meus amigos mais chegados que um irmão, que sorriram, brincaram, se alegraram e não me abandonaram na dor. Obrigada! Por repreenderem com amor e por nunca terem recusado seus ombros para as minhas lágrimas.
Aos meus professores e aos companheiros da FUNDETEC que me deram estímulos para meu desenvolvimento.
À amada irmã Socorro Martins, que aceitou o desafio de ser minha orientadora.
Aos colegas do curso de Letras com os quais vivo momentos inesquecíveis.
Minha palavra - síntese é:
Gratidão














































AMIGOS



Tenho amigos que não sabe o quanto são meus amigos. Não percebe o amor com que os devotos e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre que o amor, eis que permite que o objeto dela se devida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora sem dor, que tivesse morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! [...].
A gente não faz amigos, RECONHECE-OS.
(VINÍCIOS DE MORAIS)





























“...Apareceu em sonho, um anjo do Senhor, Dizendo:José filho de Davi, não temas receber Maria, tua Mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.Ela dará a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque  Ele salvará  seu povo dos pecados deles...Eis que a virgem conceberá  e dará a luz a um filho, e Ele será chamado pelo o nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco.)”. (MATEUS 1: 20-21 e 23).
SUMÁRIO



1 Introdução---------------------------------------------------------------------------------------------10
2 A Força do nome--------------------------------------------------------------------------------------12
3 O Nome na Cultura Hebraica----------------------------------------------------------------------19
4 O Recado do nome na bíblia-----------------------------------------------------------------------23
4.1 Nomes mudados por Deus-------------------------------------------------------------------------23
4.2 Nomes mudados por homens----------------------------------------------------------------------26
4.3 “Maus” nomes e bons comportamentos e “Bons” nomes e maus comportamentos-----30
4.4 Nomes não mudados, mas atribuídos por significados---------------------------------------32
4.5 A importância do nome----------------------------------------------------------------------------36
5 Conclusões Finais-------------------------------------------------------------------------------------38

Bibliografia-----------------------------------------------------------------------------------------------40

Glossário--------------------------------------------------------------------------------------------------42















1.    INTRODUÇÃO

O campo da onomástica, neste trabalho, se desenvolve com base numa cultura antiga e ao mesmo tempo de caráter moderno e foi alvo de cuidado em todos os livros do Antigo e do Novo Testamento.
Ressaltamos que o nome é o identificador do ser desde os mais remotos tempos, em todas as raças, em todas as culturas. Todos os seres foram nomeados. Na onomástica daremos prioridade aos ANTROPÔNIMOS (nomes próprios das pessoas), nomes próprios com indicio de interpretação e adequação de seus correspondentes. Em questão, a Bíblia é uma das obras mais críticas em todas as religiões, não queremos aqui mostrar uma pesquisa imutável, ou que seja considerada um trabalho exausto, nem queremos fazer crítica a outros autores, que antes, pesquisaram e escreveram sobre a onomástica na bíblia. O que queremos é mostrar nossa verdade no conhecimento que temos hoje, considerando as muitas leituras conotativas através dos nomes próprios de muitos homens e mulheres narradas no bíblia, e, analisados a partir da discrição bíblica de cada nome no contexto narrado.
O objetivo alvo é revelar, não numa visão supersticiosa a influência do nome, mas ver qual o nome que seria apropriado para nomearmos nossos filhos para que não sejam alvos de juízo, sabendo medir o peso que a sociedade dá a esse nome escolhido, levando em consideração o significado.
Para fundamentar teoricamente esse texto buscamos apoio na própria obra analisada, A bíblia da Mulher da edição Almeida; A bíblia de estudo Genebra da 2º edição da Cultura Cristã; A Bíblia Sagrada João Ferreira de Almeida; Penalidade e a sistemática Civil Geral de José Serpa; Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa e Mini dicionário Hebraico, além de pesquisas na internet, e letras de música. E busquamos fazer uma seqüência histórica dos nomes bíblicos, num estudo genealógico em cada capítulo.
Para melhor compreensão o trabalho esta dividido em três capítulos. No primeiro, definimos a força do nome em uma visão filosófica do que seja onomástica. Levando em consideração a força do nome enquanto significado e contexto.
O segundo capítulo trata dos nomes na cultura hebraica, a importância que o povo hebreu dava ao nome e a influencia do mesmo, na vida do homem hebreu. Escolhemos para esse estudo o nome de Deus, o Supremo, para compreendermos o Tetragrama e o valor do nome nessa cultura que primam pelos valores religiosos. No terceiro e último capítulo, temos o recado do nome na bíblia, nomes que foram mudados por Deus; nomes que foram mudados pelos homens; pessoas que tiveram “Bons” nomes, porém maus exemplos, no contraste, pessoas que tinham nomes de “maus” significados e tiveram ótimos comportamentos; em seqüência, exemplos de pessoa que não tiveram seus nomes mudados, mas que foram nomeados por nomes atribuídos de significados. Significados relacionados às circunstâncias do nascimento, aliança com Deus, situações de mudanças de atitudes, etc.; a importância do nome; E por fim, uma conclusão com uma analise geral do nome considerando o nome na vida eterna.
Buscamos unir os contextos estilísticos da onomástica aos conceitos bíblicos dos nomes próprios e assim tecermos considerações sobre a importância desta marca tão comum ao homem: o nome.







2. A Força do nome

Os nomes estão registrados em todas as línguas, raças e povos desde as eras mais primitivas, fazendo parte, de maneira universal dentro das diversas etnias. Os nomes foram uma das mais sábias descobertas dos seres humanos, pois servem para distinguir as pessoas da família e da sociedade, facilitando assim a identificação de cada um de seus membros. A palavra nome vem da terminologia hebraica SHEM e do grego ONOMA. E segundo o dicionário Aurélio é oriundo do latim NOMEM; vocábulo com que se determina ou designa pessoa, animal ou coisa. Partindo do termo grego onoma, na lingüística designou-se o estudo onomástico, limitado para as explicações dos nomes próprios, onde também se inclui a antroponímia, que é restrito ao campo do estudo dos nomes próprios de pessoas.
Aristóteles, filósofo grego, numa abordagem filosófica, procurava a verdade das coisas na propriedade dos nomes. Para ele, o nome possui a capacidade de traduzir o caráter da pessoa ou coisa que traz. Segundo Mansun Guerreiro os antropônimos (nomes próprios de pessoas), quando surgiram, levavam consigo um significado que em geral traduziam qualquer realidade condizente com os indivíduos, seus portadores ou que tivesse influência para as pessoas que escolheram o nome. Já para os babilônicos, não ter nome era um sinal de não existir. O fato é que os antigos relacionavam o nome inextricavelmente ao portador. Era tal a crença que na Mesopotâmia, como no Egito, o conhecimento do nome era tido por sagrado. A importância que os antigos davam aos nomes próprios era conferida por uma grande religiosidade, que a princípio parecia razoável, mas que se generalizou de forma rápida numa visão supersticiosa. As pessoas passaram a ver o nome como algo místico, e que, cada individuo levava em si uma influência direta de bênção, ou de maldição, e, passaram a escolher com mais cautela os nomes próprios, alguns cujos significados fossem de “feliz sorte”. A igreja romana, com base nas superstições, passou a influenciar seus fiéis no ato de escolha, na definição do nome com a qual batizavam seus filhos. A igreja católica, empenhou-se desde o princípio para o crescimento das superstições antroponímias e contribuiu para que seus fiéis tivessem nomes santificados, daí então, o surgimento das “marias” em homenagem à virgem que concebera do Espírito Santo, “Josés”  exaltando aquele que aceitou a vontade de Deus e  dos “santos” personagens bíblicos e não bíblicos, que operaram sinais de temor a Deus e que a igreja tinha como nomes santificados.

No sacramento do batismo, a imposição do nome é uma espécie de advertência para a perfeição da vida, a qual os padrinhos devem dispor os afilhados, para que um dia tenham seus nomes escritos no livro da vida e componham os nomes daqueles citados pelo apostolo Paulo, cujos nomes estão no livro da vida. (BLUTAN, 1999: p.19).


Infelizmente existem visões supersticiosas em relação à onomástica e estão impregnadas até mesmo nas famílias evangélicas. Muitos cristãos sinceros e tementes a Deus, por desconheceram as doutrinas básicas do cristianismo ignoram seus textos áureos, e têm, passivamente, aceitado essas heresias supersticiosas. Segundo a doutrina cristã:

Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escrita no Livro da lei, para praticá-las. (Gl 3.10) e, Bendito o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. (EFÉSIO, 1: 3).



O nome tem seu significado, mas não que ele seja capaz de tornar o portador o seu significado. Lúcifer significa anjo, e, tão somente no hebraico “portador da luz”, mas numa visão teológica, Lúcifer é o anjo das trevas, o próprio diabo. Então quem ousaria nomear seu filho por Lúcifer, mesmo que esse tenha um bom significado. Faz-se necessário um estudo sócio-religioso. Não se devem nomear os filhos apenas pelo o significado do nome, mas pela aceitação desse nome na sociedade. O contexto social falará diretamente por essa escolha e o portador poderá sofrer o resto da sua vida por uma escolha supersticiosa, ou por algum tipo de homenagem, sem que antes, tenha uma reflexão previa desse nome, e qual a força que ele representa na sociedade, na família e na própria vida do portador.
Inicialmente, para a identificação do ser, apenas um nome era suficiente. Nos estudos antigos percebe-se que Noé e Abrão não tinham sobrenomes, assim como outros diversos personagens bíblicos. Com o crescimentos das famílias e conseqüentemente o crescente índice populacional das comunidades, muitos nomes começaram a se popularizar e serem usados por descendentes de outras famílias. Geraram-se, dessa forma, dificuldades na distinção de cada pessoa, surgindo a necessidade de um segundo nome, ou, nome complemento para identificar melhor a pessoa referente.  Naturalmente surgiu o segundo nome, a princípio, relacionado à cidade onde o portador morava como, por exemplo: Jesus de Nazaré, Saulo de Tarso, Maria de Betania. E, posteriormente foram surgindo naturalmente outras complementações aliado à peculiaridade referente à pessoa, identificando-a assim imediatamente. Como: João Batista dos Reis, relacionado aos três reis magos da história cristã; Maria de Deus do Espírito Santo, em veneração à santa mãe de Jesus, ao Deus pai e ao Deis Espírito; João Batista, ou João, o peregrino que batizou Jesus. Assim, com essas formas simples foram surgindo nomes que seriam adotados como sobrenomes, simplificando a identificação dos indivíduos e das famílias dentro das comunidades. Segundo José Serpa:

Enquanto que os sobrenomes, como resultam se seu próprio valor semântico, é aquele que se opõe ao nome depois de formado ou completo para defini-lo de nome igual e preservar o escopo identificador que absolutamente não passa ser pedido na hipótese de homonímia, e com esse sentido será perfeitamente acolhível o “mutatio nomius” [...], o agnome patronímico é o nome da família daquele que recebe o pré-nome para distinguir das demais famílias, sendo formado pelo nome apenas de um genitor ou de ambos os progenitores do nomeado. o sobrenome é, ainda, o vocábulo aposto após o nome patronímico visando distinguir o nomeando de qualquer outro de sua família, e que, segundo PORCHART, é o elemento contingente ‘que por último  se acrescenta o nome fixo já completo’[...] (SERPA,1993: p. 103).

Ainda há a possibilidade de esse nome ser substituído por um apelido. Uma observação deve-se fazer do lugar que os apelidos ocupam no sistema onomástico. Os nomes inéditos não têm registros onomásticos, nem há possibilidade desses nomes pertencerem a esse sistema, porque eles surgem invariavelmente, surgem no mesmo estoque e se repetem indeterminadamente. Excluídas as possibilidades de renovação dos nomes próprios, os apelidos surgem como instâncias privilegiadas de individualização, como forma das pessoas se diferenciarem de seus homônimos. E ao contrario dos nomes próprios os apelidos não são transmitidos através das gerações, nem se transformam em pós-nomes, pois são indissociáveis da pessoa da qual foi atribuído. Muitos apelidos são abandonados na própria maturidade e outros só a morte cancela o seu uso. Sempre relacionado ao ser, o nome traz uma marca pessoal a sua história, nesse sentido mostra que os apelidos figuram - se como meios auxiliares e transitórios até que imprimam sua própria história ao nome que os individualiza.
Leve-se em consideração, que os nomes na cultura brasileira devem ser registrados para que haja identificação social. Na formação dos antropônimos brasileiros houve a influencia de vários povos e idiomas, como o português, o alemão, o italiano, o hebraico, o inglês o latim, e outros, com menor participação como a nação indígena que habitavam nas terras brasileiras antes mesmo, do descobrimento. Os cartórios de registro civil, no início da colonização, foram somente implantados nas principais cidades onde residiam à maioria dos fidalgos. As responsabilidades em relação a escolha dos nomes ficavam para os padres da igreja católica, principalmente para os  jesuítas que catequizavam pelo interior e a missão dos nomes e sobrenomes eram concretizadas  através dos casamentos e batismos. Vale ressaltar, que só eram batizados as crianças que apresentassem nomes de origem bíblica, santos ou usados pelos fidalgos.
Deve-se reconhecer que foram louváveis os registros de batismos e casamentos da igreja católica no inicio da colonização. Apesar de censuras impostas, se não houvesse os livros de registros, muitos nomes e sobrenomes de famílias que habitavam no país teriam desaparecido do tempo e da história já que havia pouco, ou quase nenhum interesse nos governos da época em saber de nomes e sobrenomes, onde e como viviam as famílias de então. Por não haver um estrito acesso ao estudo e à cultura, fez de forma evidente, com que surgissem diversos erros ortográficos durante quase quinhentos anos, erros esses, que foram cometidos por quem foram oficializar o nome, ou por quem registrou como por exemplo: Viviano ou Viviana; do erro da escrita Ewaldo nasceu Evalda; de Eurides, que é Orides e muitos outros. Todavia tais erros cometidos igenuinamente colaboraram para o enriquecimento do nosso vocábulo de antropônimos.
A participação do povo também foi de grande relevância dentro dessa conjuntura da criatividade popular, assim nasceram interessantes nomes: Juliene, que é justaposição de Júlia +Enio; Lucineide que é justaposição de Lúcio +Neide; Elenice, que é justaposição de Helio+Eunice... etc. Os etmos dos antropônimos exercem pouca influencia quanto da escolha de novos nomes. A bíblia, a literatura, a política, a cultura, a televisão tiveram e tem maior influencia que os significados etimológicos na popularização dos nomes das pessoas.
Os nomes se popularizam em todas as camadas sociais sem ser considerado o significado etimológico. Daiane, Benjamim, César, Cláudio, Elizabeth, Henrique, Iracema, Julieta, Verônica, Wellinton, Patrícia, Hitlle, e tantos outros tornaram popular por serem, cada um deles, nomes de pessoas que se tornaram admiradas por “qualidades” próprias  de governador, político, herói histórico ou mitológico, personagem de um romance ou de novela, nome de música ou de artista, ou ainda para homenagear pessoas da famílias ou de amigos especiais, e não pelo sentido étimo  propriamente.
O interessante é que anunciada e confirmada a gravidez, uma das primeiras preocupações é a difícil escolha do nome do filho, a partir daí, inicia-se uma longa peregrinação de A a Z em livros e revistas  em busca de um nome bonito, forte, simpático e admirado pelos país. Sugestões de amigos e familiares também são aceitas, listas e mais listas de nomes chegam por e-mail, algumas por fax, e outras ainda rabiscadas à mão. Todas são aceitas, porém algumas são descartadas e posteriormente se elabora uma grande lista preferencial. É importante ressaltar que, em primeiro lugar, o nome não deve ser escolhido como marca preferencial de quem escolhe. E sim, analisada como a identificação de uma pessoa por toda a vida, e em segundo lugar o sobrenome que também o acompanhará deve-se ter igual cuidado na escolha, para que não ocorra a sucessão de apelidos de famílias oriundos de sua ascendência paterna e materna.
O nome é o primeiro identificador do ser , quando se pergunta a uma pessoa quem ela é, a resposta vem invariavelmente na forma de um nome. Quando da mesma forma apresenta-se alguém o nome é a informação que fornecemos. O nome é também o primeiro dado que aparece na documentação de identidade. Quando se escreve ou pronuncia-se mal um nome ou, pior ainda, quando há um súbito esquecimento do nome de alguém, sente-se extremamente embaraçado a pessoa que escreveu. O nome paralelo à função de identificar, cumpre a função mística de literalmente “invocar”, ou seja, chamar pela voz. Levando em consideração que cada época tem seus nomes preferenciais, de tempos em tempos, surgem no léxico alguns novos nomes e outros caem no esquecimento.
O sistema onomástico surpreendeu pelo leque de alternativas que se apresenta, sobretudo em relação aos seus parentes lingüísticos. Em suas análises tão profundas e arraigadas é revelado que há entre as classes o preconceito e a aversão a alguns nomes. É inevitável que os filhos não sofram algum tipo de trauma ao nome quando adultos, ou ainda quando criança, se os pais não tiverem atentos quanto a essa escolha, e analisando o nome dos filhos, antes de os nomearem, num contexto etimológico e social. Sendo o nome de tão grande importância para a individualização do ser, faz-se necessário essas pesquisas para tentar encontrar possíveis explicações para a compreensão da origem dos nomes em sua evolução e variação, levando em consideração o local, a época e os costumes.
Nasce nesse trabalho um interesse coletivo pelo assunto abordado e uma preocupação em analisar a onomástica não apenas no mundo universal, mas principalmente na concepção do nome para a cultura hebraica, suas influencias sociocultural, buscando como fonte base a bíblia, que é o livro sagrado dos cristãos.
           


















3. O Nome na Cultura Hebraica

A partir do tempo de Abraão, o livro de Gênesis começa com um sistema histórico relato. Aqui começa a história do povo hebreu. Ela continua nos outros livros do Pentateuco ou torah , e depois nos livros históricos do velho testamento, parcialmente nos livros dos profetas e no fim se aproxima aos tempos do novo testamento. Desde a criação, o ato de nomear é presente nos relatos bíblicos. Adão deu nome a Eva, a mulher que saiu de si. Mas isso não significa que Eva é inferior a Adão; pois desde a cultura hebraica até os dias de hoje dar nome é bastante significativo e, em muitos casos implica autoridade e responsabilidade. Note que predominou autoridade na criação:

Disse também Deus: ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. Á porção seca chamou Deus terra  e o ajuntamento das águas, mares[...]. “[...]Disse também Deus: povoem-se as águas de enxames de seres viventes;e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou pois Deus os grandes animais[...]”. (GÊNESES 1:9-10 e 20-21).


A bíblia diz que durante a travessia do deserto, Moisés recebeu diretamente de Javé ou Jeová, no Monte Sinai, o decálogo (os dez mandamentos), o qual estabeleceu os fundamentos: jurídicos, religioso e moral da civilização hebraica. O nome nessa cultura não tem poder de influenciar o homem, mas o ato de nomear é relacionado com as circunstancias pelo a qual a criança passava no processo do seu nascimento, ou ainda, por ocasiões que o portador viveu. Como não havia o termo antroponímia e o estudo dos nomes próprios das pessoas, sejam prenomes, ou apelidos de famílias eram desconhecidos para o povo hebreu, eles escolhiam o nome para seus filhos pelos seus costumes. Já que a etimologia da palavra, poucos conheciam. 
Para analisar-se o nome na cultura hebraica, é necessário conhecer o tetragrama divino. O nome no antigo testamento, aparece a primeira vez com o tetragrama (em Gn. 2:4), na segunda narrativa da criação. De seguida surge freqüentemente até a seguinte passagem:

Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu Sou YHWH. Aparece a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome YHWH, não lhes fui conhecido. Estabelece meu pacto com eles para lhes dar a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos. (ÊXODO 6:2-4).


O homem apenas conhece o nome de Deus, porque Este achou importante revelá-lo. Ele mesmo pronunciou como na referencia a cima, e escreveu nas tábuas dos dez mandamentos (Ex. 31:18).O nome surge  oito vezes nos dez mandamentos, e desta forma, Deus revelou o seu nome verbalmente e por escrito.
O nome de Deus vem na bíblia, apenas no Antigo Testamento hebraico. Segundo ANDRE CHOURAQUI, o tetragrama surge 6.823 (seis mil oitocentos e vinte e três) vezes na bíblia. Na língua Hebraica é escrita da direita para a esquerda da seguinte forma: . Estas letras equivalem no nosso alfabeto a “YHWH”, e são chamadas por tetragrama por serem quatro letras, e quando lemos senhor, grande parte das vezes, pode substituir por YHWH, porque é o que realmente está escrito no original.
Ao escrever os nomes na língua hebraica, os autores bíblicos escreviam apenas consoantes, pois o alfabeto não possuía vogal. A ausência das vogais não prejudicava as leituras, porque a afinidade com a língua permitia saber qual a pronuncia de cada palavra. Assim, no original hebraico o tetragrama era formado de quatro consoantes. Os Israelitas conheciam as pronuncias corretas dos nomes e, quando se depravam com o nome de Deus por escrito, intuitivamente sabiam como pronunciar. O terceiro dos dez mandamentos diz: “não tomarás o nome do Senhor em vão, porque o senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão”. (Ex 20:7). Devido à interpretação distorcida desde mandamento, surgiu a superstição de que era errado falar o nome de Deus em voz alta. Quando se deparavam com um texto com a presença do tetragrama, pronunciava-se o termo hebraico ADONAI (Senhor). Este fato, unido ao que o hebraico se tinha deixado de usar na conversação diária desde o cativeiro babilônico, contribuíram para que se fosse perdendo a pronuncia hebraica original do nome.
Para assegurar que a pronuncia da língua hebraica não se perdesse, Judeus eruditos, na segunda metade do primeiro milênio da Era de Cristo, criaram um sistema de pontos que apresentavam as vogais. Estes rodeavam as consoantes, deixando o texto em sua origem intacto e era preservada também a pronuncia. No casa do nome de Deus, como para não falarem o nome em voz alta, pronunciava-se como Adonai. Introduzindo assim no tetragrama, as vogais da palavra Adonai, para lembrar que o título deveria ser usado em vez do nome Deus ou Senhor.
Na teoria da pronuncia segundo CHOURAQUE, existem lingüistas que consideravam YHWH uma forma derivada dos nomes YAN ou YAHOU. Diversos nomes hebraicos relatam da inclusão do tetragrama, por Exemplo: IESH’YAHOU (Isaías) e, IRMEYAHOU (Jeremias) profetas muito conhecidos que significam respectivamente “salvação de YHWH” e, “YHWH estabelece” ou “YHWH exalta”.
Percebe-se que há uma mudança das letras hebraicas no decorrer dos tempos, como qualquer outra língua. Em hebraico arcaico o nome do Senhor escrevia-se desde modo: HUHY, e, corresponde nos alfabetos ocidentais (na ordem inversa) ao seguinte: YHWH. Parece que muitos procuram fazer crer que a pronuncia do tetragrama ficou irremediavelmente perdida na história. Mesmo se assim fosse, continuaria o nome de Deus a ser, o seu nome. Porém, felizmente, existem inúmeros vestígios da sua pronuncia que nos permitem chegar cada vez mais próximo de sua pronuncia original. Ao lermos a Bíblia hebraica, facilmente compreendemos que o Senhor nos deixou vestígios da pronuncia correta de seu nome. De modo algum este nome é impronunciável.
O Nome do Pai está no Filho. Ao Filho foi dado o nome que é sobre todo o nome. Antes da encarnação o Filho Chamava-se pelo o nome do Pai, YHWH. Tal como na antiga aliança, eram muitas vezes acrescentados títulos ao nome do Senhor, Como:

Ó Deus tu és o meu Deus forte, o Grande El-Shaddai. Todo poderoso, Adonai. Teu nome é Maravilhoso, Conselheiro, Príncipe da Paz. Yeshuahamashia, Deus Emanuel.O Pastor de Israel, o Guarda de Sião, a   Brilhante Estrela da manhã. Jesus teu nome é precioso Meu Senhor e Cristo, O nome sobre todos pelo qual existo. Jirêh, o Deus da minha provisão. Shalom,o    Senhor é a minha paz .Shamah, Deus  presente  sempre    está. El-elion, outro igual não há. Jeovah Rafa meu Senhor, que cura toda dor. Tsedekenu Yaveh, minha justiça é. Elohim, Elohim, Deus, no controle está meu Deus. Tudo governa. O Pastor de Israel, o Guarda de Sião, a Brilhante Estrela da manhã. Jesus teu nome é precioso Meu Senhor  e Cristo, O nome sobre todos   pelo  qual existo. Jirêh, o Deus da minha provisão. Shalom,o    Senhor é a minha paz .Shamah, Deus  presente  sempre    está. El-elion, outro igual não há. Jeovah Rafa meu Senhor, que cura toda dor. Tsedekenu Yaveh, minha justiça é, Elohim, Elohim, Deus, no controle está meu Deus. Tudo governa. O Pastor de Israel, o Guarda de Sião, a Brilhante Estrela da manhã. Jesus teu nome é precioso Meu SenhoR e Cristo, O nome sobre todos   pelo  qual existo.(KLEBER LUCAS).[1]


               Pelo que YHWH também exaltou soberamente, e lhe deu o nome que é a cima de todo nome; para que ao nome de YAHUSHUA se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra e toda língua confesse que YAHUSHUA MASSHICH é YHWH. Para a Glória de YHWH, (Fl. 2:9-11). O nome na cultura hebraica é tão importante como a própria religião. Chegamos à compreensão dessa importância pelo o nome do soberano Senhor.
            Analisaremos a seguir, alguns personagens bíblicos hebreus e não hebreus, seus nomes, significados e suas influencias narradas na bíblia.
4. O Recado do nome na bíblia

Para os personagens bíblicos, o conceito de nome era diferente do conceito moderno. Atualmente, os nomes são dados às pessoas meramente para identificação, e diferenciação dentro da sociedade. Um nome pode ser escolhido em homenagem a um ente querido, ou simplesmente por ter alguma beleza. No entanto, está longe do conceito que os nossos antepassados bíblicos lhe conferiram. Os nomes tinham uma relação íntima com o individuo que denomina. Era como um reflexo da sua personalidade, as circunstâncias do nascimento ou ao valor da pessoa para a família. A bíblia não faz alusão a nenhum personagem, cujo caráter tenha sido alterado por conta da imposição do nome, porque os nomes não eram impostos com essa finalidade.

4.1 Nomes mudados por Deus

            Diversas vezes, na bíblia, nomes são mudados devido à alteração na personalidade, atitudes ou promessas divinas. O Senhor mudou o nome de Abrão (pai exaltado) e, Sarai (contenciosa) para Abraão (pai de muitas nações) e sara (princesa) respectivamente. Esses nomes foram mudados na interligação com a promessa de uma descendência. Promessa feita por Deus:

Quando atingiu Abrão a idade de noventa anos, apareceu-lhe o Senhor e dissi-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente. Prostrou-se Abrão, rosto em terra e Deus lhe falaram: quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de inúmeras nações. Abrão já não será teu nome, e sim Abraão; porque por pai de inúmeras nações te constitui...Disse também Deus a Abraão; Sarai, tua mulher, já não se chamarás Sarai, porém Sara”.(GÊNESES 17:1-5).

            Os nomes desses personagens foram mudados por uma promessa divina, de uma descendência. Assim como mudou o nome de Jacó (suplantador), nome dado pela situação ou circunstância do seu nascimento, pois Jacó nascera logo após seu irmão Esaú, segurando o calcanhar do seu irmão. Eis aqui a razão pela a qual seus pais lhe chamarão Jacó, portanto definido por aquele que agarra o calcanhar. Mas então de onde viera o significado “Enganador”?Veio da ira, da mágoa e da revolta de Esaú que, ao vê-se privados das bênçãos da primogenitura, disse: “Não é o seu nome justamente Jacó, tanto já duas vezes me enganou?[...]”, (Gn. 27:36). Nessa expressão de Esaú, o nome Jacó está preso à raiz hebraica “AKOB” com o sentido de enganar, passando a significar “enganador”, mas essa etimologia é suspeita, pois está relacionado à expressão de alguém irado até a morte. Além disso, a acusação de Esaú de qualificar seu irmão como enganador, também não é totalmente apropriado, afinal, Esaú vendeu sue direito de primogenitura para Jacó de livre e espontânea vontade, (Hb. 12:16 e17). O nome de Jacó (suplantador) foi mudado para Israel (o que luta com Deus) pela circunstancia de que, uma vez quebrado por Deus foi restituído. Lutou e prevaleceu até que recebeu a bênção de Deus. “Perguntou-lhe, pois: como te chamas? Ele respondeu: Jacó. Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutou com Deus e com os homens e prevaleceste, (GÊNESES 32: 28 e 29)”.      
               A bênção de Deus na vida de Jacó surgiu a partir do seu encontro com o anjo do Senhor em Peniel (Heb.Lit.”face de Deus”)onde teve seu nome mudado para Israel que significa: “Campeão com Deus , o que luta, ou prevaleceu com Deus”. O fato de o patriarca se chamar Jacó ou Israel não causou nenhuma alteração em sua vida. A aliança de Deus com Jacó não estava condicionada a uma mudança de nome, antes estava ligada única e exclusivamente na encantadora graça divina. Logo, dizer que o nome de Jacó pode trazer influencia negativa na pessoa do seu portador é fechar os olhos para todas essas verdades espirituais, fundamentadas em provas irrefragáveis e mergulhar no mais profundo abismo da superstição. 
               Esaú que significa peludo, também teve seu nome mudado. Chamou-se Edom, que por si durante toda sua história fora designado inimigo do povo de Deus. Assim como foi com Abrão, Sarai, Jacó e Esaú no Velho Testamento, também temos exemplos de nomes mudados por Deus no novo testamento, vejamos as mudanças do nome de Simão e Saulo respectivamente.
               Simão significa “famoso”, peregrinava como seguidor de João Batista. Tornou-se discípulo e teve seu nome mudado.
 
Ele chamou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e levou-o a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). (JOÃO 1:41 e 42).
 
 
 
               Simão, não perdeu sua identidade quando o Senhor mudou seu nome, nem tão pouco deixou de ser famoso. Simão passou a ser conhecido por Cefas, no hebraico, “rocha ou pedra o mesmo que Pedro”. É fabuloso analisar-se a onomástica nesses personagens. Saulo, por outro lado foi um martírio da história bíblica e dos estudos antropônimos no Novo Testamento. Porque poucos foram os nomes mudados por Deus na era de Cristo, no Antigo Testamento esse fato ocorria com mais freqüência. No caminho de Damasco, Saulo inspirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, quando ouviu uma voz que descia do céu e dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? (At. 9: 4b). Saulo passou a chamar-se Paulo, que tem como significado “pequeno”. Não bastante foi o maior dos apóstolos, um baluarte na fé, e, o maior expoente do pensamente Cristã. Foi ele quem lançou as bases doutrinárias da igreja, difundiu o evangelho em quase todo o mundo conhecido de sua época. Saulo de Tarso recebeu o nome de Paulo quando estava indo matar os servos de Deus, Jesus apareceu no caminho e a partir desse momento a vida de Saulo seria outra.                 
 
4.2 Nomes mudados por homens
 
               Um dos personagens bíblicos que teve seu nome mudado por homens foi Benoni, segundo filho de Raquel esposa de Jacó.
 
Partiram de Betel, e, havendo pequena distância para chegar a Efrata, deu à luz Raquel um filho, cujo nascimento lhe foi a ela penoso. Em meio as dores do parto, disse-lhe a parteira, Não temas pois ainda terás este filho. Ao Saí-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim.” (GÊNESES 35: 16-18).
 
 
 
               Raquel, mãe de Benoni (filho da minha tristeza) teve um parto penoso e o chamou de Benoni antes de sua morte. Jacó seu pai, o chamou Benjamim que significa “filho da mãe direita”. Isso demonstra o amor que Jacó tinha por Raquel (ovelha), e, desprezava Lia (rejeitada). Jacó muda o nome de seu filho revelando a importância do nome no antigo oriente, relacionado às circunstâncias, neste caso, do nascimento de Benjamim, na qual sua mãe morre de parto. E ainda Algumas pessoas acreditavam que o nome ajudava a determinar o futuro das crianças.
               A análise do personagem bíblico José que era um homem sonhador e interpretador de sonhos. Seu nome significa multiplicador, que arranca e tira do vexame, aquele que tira da angustia; apresenta-se como um personagem que teve seu nome mudado no ato de sua nomeação como governador do Egito.
 
Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão juizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa, e a tua palavra obedecerá todo o meu povo; apenas no trono eu serei maior do que tu. Disse mais Faraó  a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito, então tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e pôs na mão de José, fé-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao escoço um colar de ouro e fé-lo subir ao segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituio sobre toda a terra do Egito. Disse ainda Faraó a José: eu sou Faraó, sem ti, pois ninguém levantará a mão ou o pé, em toda a terra do Egito. Faraó chamou a José Zefanate-Panéia[...](GÊNESES.41: 39-45a).
 
 
 
               José teve seu nome mudado por Faraó para Zafenate- Panéia, um nome egípcio  que significa governador de causas impossíveis. José tornou-se governador do Egito e com sabedoria administrava todas as coisas que eram colocadas diante dele. O nome que Faraó chamou a José correspondeu com a situação que ele se encontrava, José estava diante de uma causa impossível aos olhos humanos, mas foi digno e visto por Faraó como único capaz de governar o Egito e tira do vexame e da angustia o povo egípcio.
               O nome de Oséias que significa “salvação”, Moisés o chamou de Josué no hebraico “YEHOSHUA”, que significa “o Senhor Salva”.
 
Da tribo de Efraim, Oséias, Filho de Num[...].(Nm 13.8).  Sucedeu, depois da morte de Moises, servo do Senhor, que este falou a Josué, filho de Num servidor de Moisés., dizendo: Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. (JOSUÉ 1: 1 e 2).
 
 
 
               Noemi é uma personagem feminina bíblica, que tem seu nome mudado por ela mesma:
 
Então, ambas se foram, até que chegaram a Belém; sucedeu que, ao chegarem ali toda a cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres diziam: Não é esta Noemi?.Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia partir, porém vazia o Senhor me fez voltar; porque, pois, chamareis Noemi?. (RUTE 1: 19-21).
 
               Mara é, em primeiro lugar, aplicada a uma fonte de águas salgadas, no deserto de Sur. O texto bíblico mostra “chegaram a Mara; mas não deram saber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar de Mara” (Ex.15:25). Prova-se essa explicação. Em segundo, como nome de pessoa, a única Mara (Hb. Lit. “amarga”) encontrada na bíblia é a do livro de Rute. Na verdade, ela não recebe esse nome de seus pais, ao contrario impôs a si mesma, pelo o fato de não entender o plano de Deus para sua vida, e por não “conhecer”, ainda, o caráter bondoso e gracioso de Deus, a quem ela atribuiu toda a causa de seu infortúnio.
               Salomão, filho de Davi, Também está entre os homens bíblicos, que tive seu nome mudado. O profeta Natã não o chamou de Salomão, e sim:
 
Então Davi vaio a Bate-Seba, consolou-a e se deitou com ela; teve ela um filho a quem Davi deu o nome de Salomão; e o Senhor o amou. Davi o entregou nas mãos do profeta Natã. E este lhe chamou Jededias, por amor ao Senhor (2 SAMUEL 12: 24 e 25).
 
 
 
               Salomão significa “pacífico”, e teve seu nome mudado no ato da consagração ao Senhor. Poucos conhecem seu nome de Consagração, pois Salomão na sua sociedade continuou com o nome que seus pais escolheram, porém para Natã era um nome especial, escolhido por amor ao Senhor, pois o chamou de Jededias (amado de Jeová). 
               Outros nomes mudados têm como exemplo, os quatro jovens hebreus: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Esses jovens viviam em uma corte pagã e tiveram seus nomes mudados, pelos chefes dos Eunucos, ligados às divindades babilônicas. Todavia não deixaram de ser fieis ao seu Deus. 
               Biblicamente Daniel significa (Deus é meu juiz); Hananias (Jeová é gracioso); Misael (quem é o que Deus é?); Azarias (Jeová é auxilio ou socorro). Já no paganismo o significado é uma espécie de exaltação. Veja esses nomes respectivamente: Beltessazar (Bel protege o pai); Sadraque (Amigo do rei); Mesaque (quem é como AKU “o deus da lua”); Abede-Nego (servo de nego ou nebo).
 
Então eles, se achavam, ds filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: Daniel, o de Belssazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e Azarias o de Abede-Nego (DANIEL 1: 6 e 7).
               
 
               Mesmo seus nomes sendo mudados, o caráter e a convicção espiritual desses jovens, permaneceram intactos. Mais uma vez mostra-se que o nome na sua etimologia não traz poder transformatório. Esses jovens compreendiam claramente a quem pertencia, e a quem, deveriam lealdade. Revelaram em suas atitudes o respeito pela cultura babilônica, não questionaram os novos nomes recebidos, porque eram cientes que o nome em si, não tem o poder de corromper suas vidas. 
               Os nomes têm tanta importância no Velho, como no Novo testamento. Assim se faz necessário retomar algumas vezes para fixar qual o propósito do nome na bíblia, que não é expandir conceitos supersticiosos, mas revelá-lo de acordo com as circunstancias da vida de cada portador. 


4.3 “Maus” nomes e bons comportamentos e “Bons” nomes e maus comportamentos

A bíblia também está cheia de exemplos de pessoas que tinham nomes de significados negativos, porém eram pessoas que apresentavam um comportamento irrepreensível. Apolo, apesar de seu nome ser de um deus da mitologia grega e significado “destruidor”, foi poderoso nas escrituras, ganhador e edificador de almas, e tido como um grande homem de Deus ao lado de Pedro e Paulo.

Nesse meio tempo chegou a Éfeso um Judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloqüente e poderoso nas escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João (ATOS 18:24 e 25).



Entre os companheiros de Paulo, além de Apolo, temos por exemplos: Hermes, nome de um deus mitológico, interprete dos deuses gregos. Nasciso, nome do deus marinho. Febe a Diana dos Efésios e deusa da lua. Epafrodito, nome derivado de afrodite, deusa da fertilidade e  Zenas derivado de zeus , o deus supremo da mitologia grega. Todos esses personagens descritos em atos dos apóstolos, não bastante seus nomes estarem ligados aos deuses pagãos, foram homens e mulheres tementes e abençoados por Deus. Viveram uma vida santa e justa na presença do Senhor, pois não sofreram as influencias negativas das divindades, as quais, seus nomes estavam ligados. 
            Encontramos na bíblia, uma variação muito grande de nomes com bons significados, todavia eram pessoas de comportamento de vergonha. Os filhos do profeta Samuel são os primeiros exemplos a analisar: Joel significa’Jeová é Deus”, e Abidias “Jeová é Pai”. No entanto não andaram nos caminhos do seu pai e se inclinaram à avareza e aceitaram suborno  pervertendo o direito.
O nome de Zedequias significa “Jeová é Justo”, mas embora possua bom significado, encontramos na bíblia um personagem com esse nome que era falso profeta. E pior, ele se uniu aos profetas de Baal e esbofeteou o profeta Micaias que era um homem de Deus. Praticou a injustiça em seus atos. Outro profeta chamado Zedequias era imoral e mentiroso (1 REIS 22:11-12,24-25; Jr.29: 21-23).
Paralelo a esses, estão Absalão, Judas, Alexandre, Tobias e Jeroboão.  Absalão, significa ‘pai da paz”. Todavia mandou assassinar Amnom, seu irmão (2 Samuel 13:32), Traiu seu próprio pai, promoveu rebelião,guerra e destruição em Israel. O significado do nome Judas Iscariotes é “louvor, louvado”, mas, nem por ter o nome belo, deixou de trair Jesus. Quanto a Alexandre, cujo nome quer dizer: “defensor ou protetor dos homens”, Paulo diz a seu respeito: “Causou-se muitos males” (2 Tm. 4:14). E referindo a outro personagens com o mesmo nome o apóstolo afirma que, entre esses, encontram-se Himeneu e Alexandre,  e os entregou a satanás  para que aprendessem a não blasfemar. Tobias, que por sua vez significa “ Jeová é bom”, foi opositor de Esdras e Nemias (Ne. 2:10-19). Jeroboão, cujo nome significa  “ o que aumenta o povo” , dividiu a nação , mergulhando na idolatria e conduzindo-a à destruição.”Depois dessas coisas, Jeroboão ainda não deixou o seu mau caminho; antes de entre o povo tornou a construir sacerdotes para lugares altos; a quem queria consagrar para sacerdotes aos lugares altos (1REIS 13: 33)”.
            Sansão, na literatura hebraica, significa “sol ou claridade”, assim como a nação de Israel tinha sido escolhido para ser o povo santo de Deus. A etimologia do nome Sansão não influenciou para que ele fosse realmente luz, pelo contrario, se envolveu com tradições pagãs e a escuridão em sua vida trouxe o contraste do significado do seu nome. Sansão não somente espiritualmente, mas fisicamente perdeu a visão e terminou os fins de sua vida na escuridão, cego.
Salomé é uma personagem bíblica feminina que significa “perfeito”, e deixou-se influenciar por Herodias, sua mãe e não apenas pediu a cabeça de João Batista, como também foi manipulada pecando como cúmplice no assassinato de uma testemunha de Deus. Ela tinha o nome perfeito, mas seu comportamento desviou-se totalmente da perfeição. Outra figura feminina destacada é Safira, que significa “preciosa ou formosa”, mas seu comportamento não revela nenhum valor, era mentirosa e cúmplice do marido, misturando cobiça com generosidade (At. 5: 1-10). Com o passar dos anos seu nome não ficou associado à formosura, mas ao engano deliberado.
            A história do nome de Dalila enquadra-se nesses, pois seu significado em hebraico é “delicado”. E essa é conhecida na bíblia por sua manipulação sedutora. Trouxe a ruína de Sansão e é a personificação da mulher imoral. Seu nome apesar de ser delicado, não se encontra delicadeza nos relatos bíblicos de seu comportamento.

4.4 Nomes não mudados, mas atribuídos por significados.
           
Adão é igual a homem, isto é terreno; natural do lugar; terra vermelha. “E Deus fez o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2:7). Note-se que para a terminologia medieval HOMO, relaciona-se com a terra, barro HUMUS “o homem do barro”. Percebe-se a grande relação no estudo antropônimo do seu nome, e do significado com a circunstância da qual foi formado.
            Noé significa “repouso”. O pai de Noé, ao dar-lhe este nome disse: “este nos trará descanso, consolo”.  O Senhor mandou o dilúvio, antes que a corrupção espiritual fosse total e irremediável e vemos em sua história que ele iniciou uma nova geração e descansou no seu Deus.
O filho da promessa Isaque, teve seu nome atribuído à ocasião que o Senhor anunciou a sua geração. O nome Isaque está ligado ao riso porque “ele ri”. Não queremos com isso afirmar que o significado faz referência apenas à risada de Abraão e de Sara, mas ao favor que Deus mostrou a seu filho.

Riu-se, pois, Sara no íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer?...e disse Sara: Deus me deu motivo de riso e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo (GÊNESES 18:12, 21-26).


            Ismael, irmão paterno de Isaque, tem dois significados, “Deus ouve” e “contra a face de Deus”. E como Isaque e Jacó foram pais de doze príncipes, porque Deus fizera  promessa com Ismael na Circuncisão e marcou sua prática na graça de Deus. Já Samuel, outro personagem, significa “Deus ouviu”, sua mãe Ana era estéril e clamou ao seu Deus um filho e o Senhor o concedeu. Samuel cresceu na presença do Senhor e foi consagrado a Deus. Recebeu esse nome como gratidão a Deus como motivo de louvor.
            Moisés, nome semelhante ao verbo hebraico MASSHAH “tirado para fora”, Seu nome é um símbolo das circunstancias na qual Moisés foi achado:

Então disse a filha de Faraó: leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A meulher tomou o menino e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés a disse: porque das águas o tirei (ÊXODO 2: 9 e 10).



            Lia, a esposa não amada, traz no significado do seu nome o que viveu em sua vida. Lia “desprezada” na literatura hebraica “odiada ou rejeitada”. Todos os filhos de Lia também trazem um significado de sua busca em Deus, sempre que dava a luz a um filho recitava algo que expressava os desejos do seu coração, vejamos alguns: Rubén, nome escolhido por sua própria mãe, significa “o senhor atendeu a minha aflição”, agora me amará meu marido. Simão, “soube o Senhor que era desprezada”. Levi, “agora se unirá mais a mim meu marido” e Judá, “esta vez louvarei ao Senhor”. Exatamente dessa forma, Lia em suas circunstancias, tentou agradar seu marido com filhos. Para cada filho que nascia ela dizia uma frase que demonstrava o que sentia e enriqueceu a onomástica bíblica.
            Outro personagem é Jeremias, seu nome atribuído por significado “Javé exalta”. Sua história mostra que seu nome foi exaltado. Jeremias quando ainda no ventre (YEDA) “Deus o conhecia”, foi consagrado (QADASH) “separado por Deus para um fim”. “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre materno, eu te conheci,e, antes que saísse da madre te consagrei e te constitui profeta entre as nações”. (JEREMIAS 1: 4 e 5).

            Jó significa “voltado para Deus”. Sendo patriarca integro e reto, permaneceu temente a Deus, mesmo sendo imensamente provado. Nas suas perdas e sofrimentos sempre se volta para Deus. Veja: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era  Jó; homem integro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó. 1:1).
            No Novo Testamento contempla- se alguns nomes atribuídos por significados, como João Batista. O nome tem tal importância que Deus enviou um anjo para anunciar o nome de João Batista que significa “Favor de Deus”. Seu nascimento foi predito: “voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda ao nosso Deus” (Is. 4: 3).
Outro nome que é anunciado por um anjo é o nome do Messias “ungido” Filho de Deus. Foi através de um anjo que José e Maria foram avisados por Deus a respeito da vinda do seu Filho (Mt. 1: 2 e 23). Ainda, Lázaro, outro personagem que significa “Deus ajudou”, sua história revela o significado do seu nome, pois os dois Lázaros, o mendigo (Lc 16:20) e Lázaro irmão de Marta e Maria (Jô. 11: 1-44), mencionados nos evangelhos foram ajudados por Deus.
Timóteo que significa “que adora a Deus”, seu nome tem profunda relação com suas ações. Timóteo verdadeiramente adorava a Deus. Paulo diz a seu respeito: “Pela recordação que guardo da tua fé. Sem fingimento, a mesma que habitou em tua vó Loíde e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti” (2 Tm 1:5).
Nas personagens femininas destacam-se:
Eva é igual à vida, à calamidade. Adão pôs a sua mulher o nome de Eva; porque ela era a mãe de todos os viventes. O nome de Eva trouxe “vida” para a humanidade, mas também está arraigado em seu nome catástrofe e infortúnio para os homens de todas as raças e épocas, e ais, conseqüências eternas dos seus atos.
A bíblia é uma obra rica no campo onomástico. O nome Ana, significa na sua etimologia “graça”, e tanto no velho como no novo testamento. “as anas” foram agraciadas diante de Deus. Ana, mãe de Samuel (1 Sm. 1: 19-20) e Ana, a viúva que fez um pronunciamento profético em relação ao Cristo Menino e apesar de viver só, não demonstrava nenhuma amargura ou egoísmo (Lc. 2: 36-38).
A bíblia também relata Débora, no antigo testamento, seu nome é sinônimo de “abelha”. Débora era uma abelha nos momentos de paz e uma vespa em tempos de guerra Era uma profetisa, líder militar e foi à única mulher em Israel levada a um elevado cargo político do seu povo. Em um regime onde a mulher era por toda submissa, Débora cresce seu nome e vai à guerra no meio de muitos homens. Veja: “Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo [...], e, com eles subiram dez mil homens; e Débora também subiu com eles”(Jz. 4: 4 e 10b).
            Orfa, uma das noras de Noemi. Seu nome tem grande variedade de significados como: “Gamo o novo”, “jovem corça”, “em que á dúvida” ou até mesmo “nuca” sugerindo o sentido de “obstinada ou teimosa inflexível, irredutível ou ainda orgulhosa”. Órfã não era uma mulher má, porém o significado do seu nome teve relação com seu comportamento. Abandonou Noemi, sua sogra e voltou a sua vida em Moabi, em vez de se apegar a Javé. (Rt. 1: 4-14).
            Por fim, Maria em hebreu significa Miriã “aquela que ilumina ou estrela do mar”. Miriã foi considerada a mais notável mulher hebraica de todas as mulheres da época, sendo líder em danças e cânticos para celebrar a Deus. Sua Relação com o nome de Maria é profundamente fabulosa, pois as “Marias” relatadas no novo testamento, foram grandes exemplos de mulheres iluminadas pelo testemunho de fé e obediência. Maria de Betânia, Maria de Nazaré, Maria mãe de Tiago, Maria Madalena e Maria mãe de Clopas. Todas as Marias iluminaram as narrações bíblicas e conquistaram o mundo na visão religiosa. Foram mulheres de grandes ações. O nome de bom significado e irrepreensíveis comportamentos, com exceção de Maria Madalena, que foi apanhada em flagrante adultério pelos escribas e fariseus da época, mas que mudou seu comportamento e foi exemplo de fé. Acompanhou à Jesus ali na Cruz: “e junto à cruz estavam a mãe de Jesus, a irmã dela, e Maria mulher de Clopes, e Maria Madalena”. (Jô. 19: 25).

4.5 A importância do nome.

             A escolha do nome de uma pessoa, embora, hoje em dia, a maior parte das pessoas a faz de forma leviana, desde os antepassados foi, é e será de uma importância absoluta. Do ponto de vista Jurídico, é essencial, pois é com ele que o indivíduo adquire bens e torna-se “gente”. No ponto de vista bíblico a sua essência é revelar ao portador que seu nome, na etimologia, não influencia a sua personalidade, e sim, sua vida e as circunstancia vivida é que iria influenciar na escolha do nome.
            A triste realidade é que a importância do nome ficou para traz. Os pais não levam em consideração o valor do nome próprio. Hoje muito mais vale o sobrenome das famílias, do que, o próprio nome. Muitos nomes são escolhidos num grau muito elevado de misticismo, religiosidade, ou em homenagens a pessoas da família e a amigos, “alguns já mortos”. Hoje, na modernidade, também vemos a influencia das invenções. Nomes muitas vezes fora dos padrões das línguas. Está havendo certa “disputa” de intencionalidades na sociedade. Assim, os filhos que serão os pais do futuro, ficam traumatizados e levam em si um peso muito grande em suas identidades. Se o homem não gostar do seu nome como será elevado seu ego, se todos diariamente pronunciam constantemente. Muitos filhos suportam e lutam na justiça para uma possível mudança no nome. O interessante, que mesmo repudiando o nome, muitos desses, quando já pais continuam investindo no “comercio de Invenção”.
            Os nomes de significados não aceitos são vistos criticamente na sociedade, até mesmo no meio familiar. O nome já é o espelho de quem somos. É justamente o que a sociedade vê. Os pais são os criadores que nomeiam, e os filhos as criaturas que são nomeadas. Nossos nomes são a escolha dos nossos pais, é comum constatarmos nas famílias nomes com rimatórios, como: Se o pai é Ivanildo os filhos: Iranildo, Irandi, Iraneide e Iraíde. Ou ainda se o pai é torcedor por algum time os filhos trarão os nomes dos jogadores, cantores, apresentadores de TV, celebridades políticas já foram motivo de muitos nomes em nosso contexto social. Assim, a onomástica, que em geral, procura explicar a raiz etimológica dos nomes próprios, a antroponímia, em especial os nomes das pessoas, delimitando assim seu campo de pesquisa, despertam as sociedades para a reflexão, da importância da identidade, como fato única e individual de cada homem, traduzindo para os pais o valor daquela palavra marca, projetada na vida do filho: o nome.               


































Considerações Finais



Finalmente, para coroar o raciocino, a mente e a razão evocamos do Livro de Apocalipse, narrada por João o seguinte:

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as Igrejas: Ao vencedor, darei a comer do maná celeste, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão Aquele que o recebeu (APOCALIPSE 2:17).


O Nome é tão importante nesta vida como na vida futura, para aqueles que crêem os cristãos, pois na eternidade, também os escolhidos do senhor receberão um novo nome. Nesses argumentos compreendemos que o nome é nossa identidade, não apenas na terra, como também nos céus. A palavra de Deus diz que o nome que seu povo receberá é correspondente com a nova vida que receberá em um corpo transformado de glória. Não mais nossos pais, irmãos, tios ou parentes nos nomearão, mas o próprio Deus nos chamará pelo nosso nome. Nome esse que apenas o senhor e aquele que o recebe conhecerá.
Sendo o nome nossa identidade, primeiramente, devemos ser zelosos ao nomearmos as pessoas, e enquanto não houver uma reflexão mais profunda da onomástica, nesse conhecimento em especial os antropônimos, pessoas serão frustradas, crianças serão zombadas, jovens não aceitarão seus nomes e a sociedade perderá muito nesse sentido.
Sendo também a onomástica um campo tão vasto, outros caminhos estão abertos para pesquisas no ramo.
Esperamos contribuir assim, com algumas reflexões a respeito do importante ato de chamar ou nomear alguém. Nossa preocupação é despertar o interesse da sociedade a entrar nesse ramo da estilística e ter a convicção da importância do nome na vida de um individuo, pois esse nome recebido seja considerado belo ou não é a identidade mais presente no dia a dia das pessoas e que levaremos por toda a nossa história. Outro desejo desse trabalho é despertar em outros acadêmicos o interesse por esse campo de estudo, não apenas se limitando ao Livro Sagrado, mas a outras obras e outros contextos.
Nosso trabalho não se pretende ser fechado, mas uma pesquisa presa à onomástica estilística cujo propósito é a funcionalidade tanto no plano de advertência quanto em relação à adequação do nome ao contexto seja como ênfase ou como avesso do significado.



















BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA. João Ferreira de. Bíblia Sagrada. 2. Ed. São Paulo:Sociedade Bíblica do Brasil, 1988.

ALMEIDA. João Ferreira de. A Bíblia da Mulher. 2. ed. São Paulo: Mundo Cristão e Sociedade Bíblica do Brasil, 2003.

ALMEIDA. João Ferreira de. Bíblia de Estudo de Genebra. 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã e Sociedade bíblica do Brasil, 1999.

BUARQUE. Aurélio. Mini Aurélio. 5.ed. Revista ampliada. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2001.

SOBRE O TEMA, JOSÉ SERPA DE STª  MARIA (In direitos da Personalidade e a Sistemática Civil Geral, ed.Julex livros, 1ª. ed. 1987, p.159 e segts.).

Dicionário Hebraico- Português, Aramaico- Português. Sinodal: São Leopoldo, 1988.

 SALVATO Claudino. Dicionário de nomes próprios. Ed. Editora Thirê Ltda, São Paulo,1996

KURY, Adriano da Gama. Mini Dicionário, 1º ed. FTD. São Paulo. 2001.
                                                                              
PAULO DE TARSO- Wikipédia. Redirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo de Tarso.

SOARES, Elias Morais de. A FALÁCIA DA MALDIÇÃO DOS NOMES. Uma Crítica sobre a supressão em torno da onomástica. Retirado de: www.afalaciadamaldiçaodosnomes.com.br


NOMES: Origens e Significados- Conheça a Origem e o Significado... Retirado de: www.planetasite.com/nomes-origens-significados.html-51k-

DICIONÁROI Bíblico- Katatudo. Site de estúdio Bíblicos, Dicionário bíblico, Bíblia Online... Retirado de: www.Katatudo.com.br/nomes/]-22k

Identidade e Complexidade- Leonardo Boff- Retirado de: www.dhnet.org.br/desejos/textos/galaxy.html-41k



















GLOSSÁRIO






Ap. Apocalipse de João.
At. Atos dos Apóstolos
Dn. Livro de Daniel
Ef. Epístola de Paulo aos Efésios
Êx. O segundo livro do Pentateuco
Fl. Epístola de Paulo aos Felipenses
Gn. O primeiro livro do Pentateuco
Gl. Epístola de Paulo aos Gálatas
Hb. Epístola de Paulo aos Hebreus
Jo. Evangelho de João
Jr. Livro de Jeremias
Js. Livro de Josué
Jz. Livro de Juízes
Lc. Evangelho de Lucas
Mt. Evangelho de Mateus
Ne. Livro de Nemias
Nm. Quanto livro do Pentateuco
1Rs. O primeiro livro dos Reis
Rt. Livro de Rute
1Sm. O primeiro livro de Samuel
2Sm. Segundo livro de Samuel
2Tm. Segunda epístola de Paulo aos Timóteo




[1] KLEBER LUCAS- cantor evangélico. Letra retirado do Seit- www.cifras.com.br , página gospel,  em 10/07/2007.

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