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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Projeto de Pesquisa: A INFLUÊNCIA AFRICANA NA LINGUA PORTUGUESA

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI- URCA
PRÓ-REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LITERATURAS
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ESPECIALIZAÇÃO
ENSINO DA LINGUA PORTUGUESA E LITERATURAS BRASILEIRA E AFRICANA DE LINGUA PORTUGUESA.









A INFLUÊNCIA AFRICANA NA LINGUA PORTUGUESA

 

Projeto de Pesquisa



                                                                                                                     





Antonia Oscarina Alcantara













AGOSTO — 2008
Crato-Ce

 

Apresentação


As origens da língua portuguesa muito contribuíram e contribuem para o estudo da língua portuguesa atual, ou dos tempos da contemporaneidade. Para compreendermos nossa língua e seus complexos lingüísticos se faz necessário um estudo estilístico e onomástico das mais diversas palavras de origens africanas e indignas, já que essas foram grandes influenciadores da língua portuguesa. Detalharemos-nos as palavras da língua portuguesa de origem africana.
O campo da estilística neste trabalho se desenvolve com base numa cultura antiga que muito contribuiu para a formação de muitas palavras na língua portuguesa e que, essas raízes, tem sido nos tempos atuais mais respeitadas na nossa cultura, tornando as origens da nossa língua um caráter de estudo moderno e ao longo dos anos de suma importância para o entendimento e compreensão da língua portuguesa.
Ressaltamos que o ato de nomear está presentes em todas as culturas, desde os mais remotos tempos, em todas as raças, em todas as culturas. Todos os seres foram nomeados. No sistema léxical da língua portuguesa daremos prioridade às palavras de origens africanas pesquisadas em algumas gramáticas da língua portuguesa. É evidente que as Gramáticas são obras mais críticas, pois há muitas contra versas entre autores  visões diferentes, não queremos aqui mostrar uma pesquisa imutável, ou que seja considerada um trabalho exausto, nem queremos fazer crítica a outros autores, que antes, pesquisaram e escreveram sobre a influência africana na língua portuguesa. O que queremos é mostrar o resultado de uma pesquisa que é nossa fonte de verdade no conhecimento que temos hoje, considerando as muitas leituras conotativas e os estudos feitos no propósito de explicar como a influência da língua africana contribuiu para a formação da língua portuguesa, através de sua rica estilística, de sua cultura, de sua formação e do seu valor lingüístico.
O objetivo alvo é problematizar, o que antes já foi explanado numa visão inovadora, um estudo sincrônico e diacrônico sobre a influência africana na língua portuguesa brasileira. De modo a engrandecer esse léxico de palavras africanas introduzidas em nossa língua portuguesa, e, a viabilizar novos estudos na estilística da língua portuguesa. Não pretendemos subjugar ou atribuir juiz de valor a nenhuma das línguas pesquisadas, apenas fielmente trazer uma reflexão sobre a língua que usamos no nosso dia-a-dia.






           



Justificativa


Podemos contender o léxico português através de um estudo sincrônico (que ocorre ao mesmo tempo) e diacrônico (lida com a evolução temporal de determinado fato), da história da língua portuguesa e a influência de línguas afros em nosso português brasileiro.
A história africana na língua portuguesa, teve início quando milhares de africanos foram tragos ao Brasil como escravos para os trabalhos em mineração, ou ainda em trabalhos rurais nos grandes canaviais, nos engenhos, nas colônias. Por quase trezentos anos, povos de todas as partes da áfrica eram tragos em condições animais para a exploração dos seus serviços aos senhores feudais brasileiros. Com isso a língua falada na colônia recebeu novas contribuições e dentre esses milhares de africanos escravizados no Brasil destaca-se dois grandes grupos: O Banto, que em sua origem a forma é panga (companheiro), que entrou para o português com o acréscimo do prefixo diminutivo ca, que nos relata “capanga” em sua origem significa (companheiro); e o Guineano-sudanês. Entre as várias línguas que esses povos falavam, quatro dessas influenciaram razoavelmente o português brasileiro. Do Banto, cabe relatar, o Quimbundo (Angola) e o Quicongo (Congo), e, do grupo Guineano- sudanês, fazemos menção do Iorubá ou Nagô (Nigéria) e o Eue ou Jeje (Benim).
Pode-se entender que a influência de dialetos africanos muito contribuiu para a amplitude do sistema lexical brasileiro. Como percebemos há muitos razões para o estudo específico da lingüística, primeiro pelo fato de nossa língua ter sofrido grandes influências (italiana, francesa, indígena, africana, alemã, espanhol, e inglesa). No estudo da diacronia da lingüística brasileiro, vemos como se deu essas influências e como elas continuam a se desenvolverem no meio dos dialetos nacional. Hoje nos tempo da contemporaneidade o inglês e a língua que mais influência o nosso dialeto, mas não queremos nos deter a ela. Nosso estudo se limita neste trabalho a influência  africana e ao seu uso na vida dos falantes do português brasileira.
O povo brasileiro desconhece sua própria língua, muitos não tem conhecimento, que das muitas palavras que fala- se no dia- a- dia, e que algumas delas são de origem africana. Quando somos ignorantes não damos a importância devida, mas quando somos conhecedores passamos a observar com olhos diferentes e a ter uma visão crítica daquilo que antes não enxergávamos.
Este trabalho vem a despertar a muitos à sua própria língua e a valorizar tanto ao sistema lingüístico, e os vários dialetos brasileiros, bem como a respeitar as influências africanas presentes no nosso falar cotidiano. É por esses motivos que realizamos uma pesquisas de caráter específico as influências africanas lingüística em nossa língua.

Fundamentação Teórica


O problema é compreender a influência africana na língua portuguesa do ponto de vista estilístico. E dá a devida importância a origem e a história dos dialetos africanos incorporados na língua portuguesa brasileira.
Para fundamentar teoricamente esse texto buscamos apoio nas Gramáticas: Novo Manual de Português de Celso Pedro Luft; Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara; Gramática Histórica da Língua Portuguesa e Formação de Palavras e Sintaxe do Português Histórico de Manuel Saíd; Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
O léxico da língua portuguesa incorporou muitas palavras oriundas principalmente das línguas Iorubá e quimbundo, dessas línguas, nas mais diversas culturas brasileiras. Essas palavras estão presente: Nas divindades, praticas religiosas e conceitos e são de uso freqüente no umbanda, quimbanda e candomblé; ex: oxalá (Alta divindade entre os orixás jeje-nagôs, abaixo apenas de Olorum), gongá (Na umbanda e em cultos afro-religiosos não ortodoxos, não raro com elementos ameríndios, o santuário do templo), xangô (Quarto rei lendário de Oyo (África), tornado orixá de caráter violento e vindicativo, cuja manifestação são os raios e os trovões),  ogum (Orixá a quem se atribui a transmissão da técnica da metalurgia do ferro aos homens, e que no Brasil é cultuado mais por sua belicosidade; na umbanda, é protetor das demandas jurídicas dos fiéis), lemanjá (sacerdote), pombajira (companheira de Exu, axé (entre os iorubas, o poder vital, a força, a energia de cada ser de cada coisa. Enérgia sagrada dos orixás), macumba (cultos afro-brasileiro derivado de práticas religiosas derivado de povos bantos), mandinga ( indivíduos dos mandingas, bruxaria) canjerê( reunião de pessoas para a prática de feitiçaria).
Na culinária brasileira originalmente popularizada temos, como Ex: fubá(farinha de milho ou de arroz), vatapá (Prato típico da cozinha baiana, muito apimentado, feito com peixe ou galinha, a que se adiciona leite de coco, camarões..., etc.), farofa(farinha comestível torrada ou escaldada), quitute (petiscos), acarajé(petiscos), caruru(Designação comum a várias plantas alimentares da família das amarantáceas, cujas folhas, verdes, são saborosas e nutritivas, e por isso muito usadas na culinária), canjica(papa de consistência cremosa feita com milho verde ralado), mungunzá(comida preparada com grãos de milho geralmente brancos), quibebe(papa de abóbora), quindim(doce feito de gema de ovo, coco e açúcar) e cachaça(origem controvertida- aguardente que se obtém mediante a fermentação e destilação de mel).  Os Topônimos, nomes de lugares e locais, Ex: Carangola (cidade de MG), Guandu, Muzambinho (cidade de MG), Bangu (local-RJ), Murundu, Caxambu (cidade de MG), Quilombo (esconderijo, aldeia), Senzala(conjunto de casa, alojamentos), entre outros. Também tais palavras de origem africanas apresentam em nosso léxico como nomes de roupas, instrumentos musicais e danças, Ex: macumba (pode ser instrumento de percussão), lundu (dança de par solto), maxixe(dança urbana geralmente instrumental), samba(dança cantada), marimba(instrumento de percussão), berimbau(instrumento de ferro que toca), tanga(espécie de avental), molambo (pedaço de pano sujo). As variedades são tantas que estão presente em nome de animais, frutos e plantas, ex: mangangá(espécie de peixe), camudongo (mamífero roedor), marimbondo(tipo de insetos), mutamba (arvoreta da família das plantas floríferas), jiló(tipo de erva), quiabo (fruto verde e peludo), etc.  Há ainda, nome de partes do corpo, deformidades palavras do cotidiano e doenças com origem africana, Ex: bunda(as nádegas), calombo(tumefação cutânea; inchaço), cacunda(dorso,costas), banguela(pessoa com falha na arcaria dentária), capenga(espécie de bolsa usada a tiracolo), caxumba(epidemia), cafuné(ato de coçar levemente a cabeça), caçula(movimento alternado que fazem duas pessoas ao pilão), mocambo( couto de escravos fugidos), e moleque(negrinho, menino de pouca idade), entre tantas outras.
As variedades lingüísticas africanas na língua portuguesa brasileira são tantas que nos levam a um leque enorme de possibilidades de estudo dessas palavras, pois além delas, fizeram nascer outras tantas no léxico brasileiro que são derivações como: pé-de-moleque e angu-de-caroço.
A verdade é que a grande maioria das palavras oriundas de línguas africanas, foram introduzidas há muitos tempos na língua portuguesa européia, mais a influencia aqui, no português brasileiro, foi sem dúvida maior. Ainda há no léxico português varias palavras recentes que surgiram recentemente como: rastafari (seita religiosa)
            A África continua inspirando o léxico brasileiro essa influência co- relacionada com a influência indígena abrange a fonética portuguesa, principalmente no linguajar “caipira”, falado nas áreas rurais, onde seus falantes têm pouca instrução formal ou quase nenhuma, como: fulo (flôr), muié (mulher), paiaço (palhaço), cosca (cósega), etc.
A influência africana continua a se propagar na língua portuguesa, e agora como lei na educação nacional, se faz necessário um cuidado especial ao estudo afro-brasileiro de forma interdisciplinar. Entre tantas palavras, foram selecionadas neste trabalho, de uma forma geral, as mais conhecidas e de uso mais freqüente entre os falantes do português brasileiro.

 















Objetivos




OBJETIVO GERAL

Compreender a importância da influência dos dialetos africanos na língua portuguesa brasileira, partindo dos estudos sincrônicos da influência africana, até os estudos diacrônicos dos mais diversos dialetos de origem afros presentes no léxico português.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS


·         Facilitar a compreensão lingüística da língua portuguesa, sob uma perspectiva de viabilizar possibilidades de novas pesquisas.
·         Mostrar um estudo diacrônico da influencia afro no Português brasileiro um estudo sincrônico de alguns dialetos afros já introduzidos no nosso sistema lingüístico
·         Descrever essa influência africana na fonética, na morfologia e na sintaxe, principalmente nos dialetos caipira.



Metodologia


A pesquisa descrita e argumentada neste projeto, está dividida em duas partes, um diacrônico- que estuda e pesquisa a história da língua portuguesa brasileira e suas principais influências desde sua formação  com ênfase nas línguas africanas incorporadas  no português brasileiro.   E em uma segunda parte, dar-se a um estudo sincrônico-estudo individual aos dialetos africanos usualmente presente no nosso sistema lingüístico. Esse estudo dos dialetos e suas categorias e significados, individualmente acontece de modo a articular essas duas partes em pontos distintos, embora ambos se relacionem. Procuramos sanar os problemas levantados, sendo possível fazer subdividir os capítulos em estudo, porém essa subdivisão não poderá, de nenhuma forma fugir da sincronia e diacronia da influência africana no português brasileiro.
Em um primeiro momento será dedicado a discussão da história lingüística. Pretendendo primeiramente conhecer a história da língua portuguesa e detalhando as maiores influências no léxico português. Progressivamente em um segundo momento problematizaremos especificadamente cada categoria das palavras africanas na língua portuguesa e também essa influência no dialeto regional caipira.
Por fim, espera-se que a harmonia dos argumentos teóricos explanados nos dois momentos traga um conhecimento amplo e alcance os objetivos esperados, e ao mesmo tempo, sirva como instrumento de complemento de pesquisa para novos trabalhos lingüísticos.
            Almeja-se que a problemática de compreender a influência africana na língua portuguesa na visão estilística, seja analisada e descrita de forma clara, objetiva e dinamizadora a todos os leitores que se propuserem a ler e a compreender em uma análise critica este trabalho.  
           












Cronograma




Levantamento bibliográfico, leitura e análise dos dados
Redação inicial e finalização dos créditos
Qualificação
Redação
Redação Final e Defesa
2007.a
Set. Out. Nov. Dez.





2008.a
Jan. Fev. Mar. Abril





2008.b
Mai.Jun.
Jul. agos.





2008.c
Set. Out. Nov. Dez.





2009.a
Jan. Fev.
Mar. Abril





2009.b
Mai.Jun. Jul. Agos.






2007.a — Escolha do tema, pesquisas iniciais de livros, levantamento de dados em geral, leitura e análises dos dados levantados.
2008.a — Continuidade de levantamento dedados específicos (gramáticas, listas de palavras de origem africana, busca de significados) e leituras de textos sobre a história lingüística brasileira.
2008.b — Prosseguimento de leituras cognitivas, textos complementares, redação inicial e finalização da parte teórica do projeto e sua entrega.
2008.c — Qualificação do projeto, finalização do material, prescrição dos capítulos a serem desenvolvidos para a conclusão do trabalho final.
2009.a — Redação de tese dos capítulos prescritos, introduzirem aspectos sociais lingüísticos, as influências incorporadas na língua portuguesa e em fim a dissertação da tese final e encaminhar a correções.
2009.b — Redação do texto final, preparação e defesa da tese.

Referências Bibliográficas



TUTIKIAN, Jane. Velhas Identidades Novas- o pós-colonialismo e a emergência das nações de Língua Portuguesa. Porto Alegre: Sagra Luzzatt, 2006.

CHAVES, Rita. Angola e Moçambique: Experiência colonial e territorial literários.Cotia, SP: Ateliê Editorial,2005.

YEDA, Passoa. Educação Africanidades Brasil. Brasília: MEC-SECAD, 1996.


BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 19.  ed. São Paulo: Ed.Nacional,1975.

LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português. 6.  ed. rev. e atual. São Paulo: Globo, 2005.

CUNHA, Celso. Gramática da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: MEC- FENAME, 1972.

IDA, Manoel Said Ali. Gramática histórica da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1964a.

IDA, Manoel Said Ali. Formação de Palavras e Sintaxe do Português Histórico. São Paulo: melhoramentos, 1923.

BUARQUE. Aurélio. Mini Aurélio. 5. ed. Revista ampliada. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2001.

BUARQUE, Holanda de. Dicionário Eletrônico Aurélio.                      


Crato, agosto de 2008


Antonia Oscarina Alcantara